Presidente sírio declara país em estado de guerra

O presidente Bashar al-Assad declarou ontem (26), pela primeira vez, que seu país está em estado de guerra, opinião compartilhada pela comissão internacional da ONU que investiga os confrontos na Síria. Assad pediu todos os esforços ao gabinete, que acabou de ser reformulado, para buscar a vitória.

Atentado contra tevê síria

Ultimamente, os confrontos armados na Síria têm se agravado. O combate mais grave desde o início da crise foi registrado nas regiões próximas a Damasco, capital do país, da noite do dia 25 até a madrugada de ontem (26).

A tensão cresceu na região depois da derrubada de um caça R4 turco, que invadiu o espaço aéreo sírio. A ação foi condenada pela OTAN, cujo secretário-geral Anders Rasmusen classificou a derrubada como “inaceitável” (a Turquia é um país membro da OTAN), depois da reunião do conselho do Atlântico do Norte (órgão de decisão da aliança) realizada a pedido da Turquia.

O porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, pediu à Turquia que não considere o caso como uma provocação ou ação proposital, e pediu calma a ambos os lados, para poderem esclarecer o acidente por meio de cooperação construtiva e evitar sua repetição.

Confrontos

Confrontos entre forças tropas legais sírias e os rebeldes, em diferentes pontos da Síria provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas hoje (27). A informação é de grupos opositores e de direitos humanos; eles informam que houve confrontos nos arredores de Damasco, em Homs, no centro do país e em Shams Kfar, no sul. Nos arredores de Damasco terroristas atacaram ontem a sede da emissora de televisão "Al Ikhbariya", destruindo-a e causando a morte de sete pessoas.

Os combates em algumas zonas da Síria assumem características de uma guerra civil, informaram representantes da ONU num informe ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra (Suíça). Em algumas "zonas a luta reúne características de um conflito armado não internacional". É uma maneira de se dizer que o país está em guerra civil, explicou Karen Abu Zayd, integrante da comissão presidida pelo jurista brasileiro Paulo Sergio Pinheiro.

É a primeira vez que uma instância da ONU fala direta ou indiretamente de "conflito armado" referindo-se à Síria. Há setores da ONU, entretanto, reticentes a respeito pois a admissão de uma guerra civil poderia legitimaria a ação do governo de Assad, prejudicando as sanções que os países imperialistas (com EUA e União Europeia à frente) defendem contra a Síria.

Fontes do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos disseram que admitir que há uma guerra civil na Síria "daria carta branca para o governo realizar determinadas ações que são permitidas de acordo com as convenções internacionais da guerra", legitimando as ações do governo com traz forças insurgentes.

Com informações da Rádio China Internacional e agências