Resistência adverte OEA: Golpe no Paraguai é perigo para região

A Frente Guasú, coalizão de partidos e organizações sociais, advertiu o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, de que o golpe de Estado no Paraguai é um perigo para a América Latina.

Em declarações à Prensa Latina, Ricardo Caneses, secretário geral dessa aliança política, explicou que, durante a reunião da Frente com Insulza, pediram que ele adotasse uma posição de condenação à destituição do presidente constitucional Fernando Lugo.

"Rechaçar a ruptura institucional provocada pelo Congresso pela destituição de Lugo do poder, sem o devido processo e sem direito à defesa, é algo importante para todo o movimento democrático na região e assim dissemos a Insulza", apontou.

"Se esse ato não for condenado, será um perigo para os demais governos democráticos que podem também ser vítimas de atentados desse tipo", disse a Frente Guasú à missão da Organização de Estados Americanos (OEA), encabeçada por seu secretário geral.

Canese sublinhou que o grupo golpista agora no poder está apoiado pelos setores mais retrógrados dos Estados Unidos e de outros países, e os interesses mais conservadores existentes neste país.

Pôs como exemplo os planos do Executivo de Federico Franco para aceitar as propostas da empresa canadense Rio Tinto de obter uma concessão que lhe permitiria controlar a energia do país aproveitando a subvenção estatal sempre negada por Lugo.

O Canadá é um entre os meros três países que reconheceram Franco como mandatário, e os críticos da operação Rio Tinto asseguram que existe assim um vínculo entre o tema político e os benefícios econômicos outorgados à empresa estrangeira.

Caneses afirmou que foi solicitado à OEA adotar, frente ao que aconteceu no Paraguai, uma decisão no mesmo tom daquela assumida pelo Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União de Nações Sul-americanas (Unasul).

Em outra parte de suas declarações, ressaltou que a população paraguaia continuará com sua resistência pacífica ao atropelo cometido contra a Constituição por aqueles que se apoderaram do governo.

"Estamos mobilizando diariamente 25 mil cidadãos que protestam nas ruas, estradas e pontes do país, e esse número irá crescendo pela justa indignação popular", sublinhou.

Fonte: Prensa Latina