Assad acusa Turquia de apoiar grupos armados na Síria

O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse nesta quarta (4) que o priemiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, envolveu a Turquia no derramamento de sangue que acontece na Síria, ao interferir nas questões internas de Damasco e dar apoio logístico aos rebeldes.

Assad também acusou o governante turco de ser "duas caras" ao buscar uma agenda sectária na região e tentar convencer Damasco a introduzir reformas políticas, ao mesmo tempo em que ignora as mortes e quebras democráticas em países do Golfo Pérsico.

"Com o desejo dele desde o início de interferir em nossos assuntos internos, infelizmente, no período subsequente ele fez da Turquia uma parte de todos os atos sangrentos na Síria", disse Assad ao jornal Cumhuriyet. "A Turquia deu todo tipo de apoio logístico aos terroristas que matam o nosso povo", disse Assad na segunda parte de uma entrevista, publicada nesta quarta-feira.

Na primeira parte, publicada na terça, Assad disse que gostaria que as forças sírias não tivessem derrubado um caça turco no mês passado, repetindo a posição oficial de seu governo de que a Síria não sabia a identidade da aeronave antes de derrubá-la.

“Só foi possível saber que o avião era turco, depois de ter sido derrubado. Digo, com absoluta certeza, que preferia que não tivéssemos sido obrigados a derrubá-lo”, disse Assad. “O avião usou um corredor de voo que aviões israelenses já haviam usado antes, por três vezes. Nossos soldados derrubaram o jato porque estava voando baixo demais, não estava à vista nos nossos radares e não respondeu ao pedido para que se identificasse”, explicou o presidente sírio.

Falando a outro jornal turco, o Vatan, em sua volta do Egito na terça-feira, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, considerou os comentários de Assad mentiras e disse que não acreditava em qualquer tipo de arrependimento do presidente sírio.

A Turquia aumentou sua presença militar na fronteira desde que um avião do país foi derrubado sobre o Mediterrâneo no dia 22 de junho por forças sírias.

Com Reuters