Mujica denuncia golpistas e é atacado por imprensa paraguaia
Políticos e meios de difusão paraguaios, defensores do golpe, que destituiu o presidente constitucional, Fernando Lugo, atacaram nesta terça-feira (10) o mandatário uruguaio José Mujica, por sua denúncia de participação do narcotráfico no golpe.
Publicado 10/07/2012 14:18
Mujica foi contundente ao destacar que o “narcocoloradismo”, em referência ao tradicional Partido Colorado, principal participante na retirada de Lugo do poder, é o responsável pela interrupção da democracia no Paraguai.
Referia-se a histórica acusação contra setores desta organização por participarem no tráfico de drogas e as acusações neste sentido a Horacio Cartes, pré-candidato presidencial do partido colorado, que foi investigado recentemente, por seu vinculo com esta atividade ilegal.
A denúncia de Mujica impactou, imediatamente, a direção da entidade política, mas em duas formas: a primeira reagindo contra o mandatário uruguaio e a segunda pedindo a Cartes que explicasse publicamente suas relações com o narcotráfico.
A resposta irritada de Cartes exigiu uma retificação para Mujica. A partir daí começou uma campanha pública contra o presidente do Uruguai, incluindo um programa de televisão onde os menores insultos foram de “assassino e ladrão” onde exibiu-se um documentário ofensivo contra a organização uruguaia Tupamaros.
Paralelamente, um editorial do jornal paraguaio ABC, saiu em defesa de Cartes e dos colorados e dedicou a Mujica adjetivos como “intervencionista, irresponsável e desrespeitoso” pela denúncia realizada.
Políticos destacaram que “a campanha contra o presidente uruguaio parece esquecer de que as acusações contra Cartes e outros colorados sobre o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro geraram investigações do DEA e organismos similares desde 2009”
Fonte: Prensa Latina