EUA chancela golpe no Paraguai e se opõe à suspensão na OEA

Na contramão dos países sul-americanos que consideraram que o processo que levou à destituição do presidente legitimamente eleito, Fernando Lugo, no Paraguai foi um golpe, os Estados Unidos declararam que o processo de impeachment não feriu a Constituição do país, e que, portanto, foi legal.

O país também se opôs à suspensão do Paraguai da Organização dos Estados Americanos (OEA), tal como defendido pelo Brasil e a maioria das nações sul-americanas. A opinião foi expressada nesta quarta-feira (11) pela subsecretária de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, que deu seu aval ao relatório do secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza.

Brasil

O relatório de Insulza desagradou o Brasil. Nesta quarta (11), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, considerou que as declarações do secretário da OEA sobre a atual situação do Paraguai não constitui a posição oficial do bloco.

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Ao comentar o posicionamento do governo brasileiro em relação à crise, Patriota, afirmou que o compromisso do país com a democracia não é negociável: “O Brasil conquistou a duras penas uma situação de democracia que precisa ser defendida a todo preço”, ressaltou.

Apoio ao golpe

Os EUA integraram a missão enviada pela OEA ao Paraguai semana passada. No próximo dia 18, os países-membros se reúnem para decidir o próximo passo da entidade. A tendência é não haver sanções, apesar das suspensões aplicadas por Mercosul e União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Jacobson disse que não comentaria a posição de “organizações soberanas”.

“O que o secretário-geral assinalou em seu relatório faz muito sentido para nós (EUA). Houve debate sobre a velocidade do processo e nós expressamos esta preocupação publicamente. Mas ele também fala sobre a Constituição do Paraguai e o que ela permite”, salientou a subsecretária.

Com informações de O Globo