Rússia insiste em saída negociada para conflito na Síria

O governo da Rússia vai insistir na Organização das Nações Unidas (ONU) em buscar um acordo com as autoridades sírias para evitar uma intervenção externa. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, disse nesta segunda-feira (16) que há esperança de se obter um consenso entre as autoridades estrangeiras e russas.

Os russos, aliados dos sírios, querem evitar a imposição de sanções e a intervenção externa na região, propostas pelas potências imperialistas ocidentais.

O emissário especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, reuniu-se nesta segunda-feira com Lavrov e com o presidente russo, Vladimir Pútin. O único assunto em discussão foi a crise na Síria, que já dura 16 meses.

Os representantes dos países ocidentais propuseram no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que determina sanções diplomáticas e econômicas à Síria.

Lavrov defende ainda que o Irã e a Arábia Saudita também participem da solução da crise síria. "Consideramos que a Arábia Saudita e o Irã, por razões conhecidas, têm influência na situação”, disse ele. “Todos compreendem que é preciso conversar com o Irã e a Arábia Saudita, o que Kofi Annan faz [negociar com líderes internacionais] seria mais útil se eles estivessem à mesa das conversações e ajudassem a elaborar soluções viáveis."

Antes do encontro, Lavrov acusou as potências ocidentais de exercer uma chantagem para obrigar Moscou a aceitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o país árabe.

"Lamentamos muito, mas vemos elementos de chantagem", declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, afirmando que as potências ocidentais pressionaram a Rússia a aceitar as sanções e que, caso contrário "se recusariam a prolongar o mandato da missão de observadores" na Síria.

"Consideramos que é uma atitude absolutamente contraproducente e perigosa", acrescentou.

A Síria enfrenta uma violenta crise política desde março de 2011, com a oposição armada pelo Ocidente e países árabes reacionários tentando derrubar o governo do presidente Bashar Al Assad. Os grupos de oposição têm realizado ações terroristas e se recusam sistematicamente ao diálogo.

Com agências