Ministro de Defesa e cunhado de Assad morrem em atentado

O ministro da Defesa sírio, o general Daoud Rajha, e o vice-ministro da pasta e cunhado do presidente Bashar al-Assad, Assef Shawkat, foram mortos nesta quarta-feira (18) em um atentado suicida contra o edifício da Segurança Nacional, em Damasco, segundo informações da televisão estatal síria.

No momento do ataque, estava ocorrendo uma reunião de ministros e funcionários do alto escalão do governo sobre a questão da segurança no país, onde o conflito se acirrou nesta última semana com os ataques nas ruas da capital síria.

O atentado teria sido cometido por um homem que atuava como guarda-costas para autoridades próximas ao presidente Bashar al-Assad, segundo informa a agência Reuters. Ainda não há informações precisas sobre o número de mortos e feridos.

"O general Daoud Rajha caiu como mártir no atentado terrorista contra o edifício da Segurança Nacional", disse o canal do governo. "O atentado suicida deixou feridos entre os participantes da reunião, alguns deles em estado grave", acrescentou a televisão logo após o ataque.

O bombardeio também feriu gravemente o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim al Shaar, e o líder do escritório da Segurança Nacional, Hisham Bekhtyar, noticiou a Al-Jazeera. Relatos indicam que a “intensa explosão” foi causada por um carro bomba, afirmou o Observatório de Direitos Humanos da Síria, centro da oposição baseada em Londres. O atentado faz parte de uma intensa ofensiva dos rebeldes na capital síria.

O Exército Livre da Síria e o grupo rebelde Liwa al Islam (em português, Brigada do Islã) se responsabilizaram pelo ataque. O atentando "teve como alvo o comitê nomeado para controlar a crise na capital síria, Damasco", escreveu um dos rebeldes na página do Facebook do grupo.

O ministro Rajha foi o principal membro do governo de Assad morto desde o início do conflito há 16 meses. Um decreto presidencial emitido hoje nomeia o comandante-geral Fahed Jassem Al-Frej como novo ministro de Defesa e subcomandante do Exército e das Forças Armadas da Síria, em substituição a Rajha.

Nascido em 1947, Rajha era também vice-presidente do Comando Geral do Exército e do Conselho de Ministros. Com longa carreira nas Forças Armadas, das quais foi comandante de batalhão e de brigada, ele ocupou o posto de chefe do Estado-Maior até ser nomeado ministro da Defesa, em agosto de 2011.

Shawkat era casado com Bushra al-Assad, irmã do presidente sírio. Ele ocupava o cargo de vice-ministro da Defesa desde setembro de 2011, e foi no passado chefe da inteligência militar. Era considerado um dos principais responsáveis pela segurança do país e parte do círculo mais próximo do presidente.

Funcionários dos serviços de segurança disseram à agência AFP que muitos outros participantes da reunião de alto nível ficaram feridos na explosão e foram levados ao hospital Al-Shami, da capital.

Em um comunicado lido na rede de televisão estatal, o Exército da Síria comprometeu-se a perseguir os autores do atentado. "As Forças Armadas estão determinadas a acabar com as gangues assassinas e criminosas e persegui-las onde quer que elas estejam", disse um comunicado. "Quem pensa que ao atacar comandantes pode enroscar o Exército da Síria, esta iludido."

O atentado ocorre no momento em que o Conselho de Segurança da ONU debate e se prepara para votar resoluções sobre a situação na Siria. Uma delas, defendida por britânicos, estadounidenses e franceses, pede a aplicação de pressões contra o governo, incluindo ameaças de aplicação do capítulo VII da carta da ONU, à qual se opõem Rússia e China.

Com agências