Rússia e China impedem sanções da ONU contra Síria

Rússia e China vetaram nesta quinta-feira (19) a resolução do Conselho de Segurança da ONU que busca impor sanções contra o presidente sírio Bashar al-Assad. Esta é a terceira vez em nove meses que os países empregaram seu direito de veto como membros permanentes do Conselho para bloquear resoluções contra Damasco. A votação resultou em 11 votos a favor, dois contra e duas abstenções.

Países imperialistas, especialmente os Estados Unidos e integrantes da União Europeia, além dos seus aliados no Oriente Médio, sobretudo as monarquias reacionárias da Arábia Saudita e do Qatar, intensificaram recentemente manobras a fim de pavimentar o caminho para uma intervenção militar na Síria.

Hipocritamente, os inimigos da paz e do direito internacional invocam argumentos com aparência jurídica, como se a Carta das Nações Unidas e o direito internacional como um todo amparassem suas teses e lhes dessem razão. Ao mesmo tempo, financiam e interferem diretamente com mercenários que atacam o povo sírio.

Madrugada de confrontos

Nesta quarta (18), o ministro da Defesa sírio, o general Daoud Rajha, e o vice-ministro da pasta e cunhado do presidente Bashar al-Assad, Assef Shawkat, foram mortos em um atentado terrorista contra o edifício da Segurança Nacional, em Damasco.

A onda de violência contra o povo sírio continuou durante a madrugada desta quinta (19). Fortes explosões e disparos de armas pesadas ecoaram desde as primeiras horas da manhã em Damasco.

Uma fonte consultada pela agência Prensa Latina, por telefone, disse que das alturas que cercam a capital foi possível observar uma grande nuvem de fumaça preta na zona dos bairros de Midan e Tadamon, centro de enfrentamentos das forças governamentais contra grupos milicianos armados. Também indicou que era possível observar a luz dos clarões nas áreas, onde as forças do governo enfrentavam qualquer presença de grupos armados.

Embaixador

Em nota oficial encaminhada à imprensa nesta quarta-feira (18), o embaixador da República Árabe da Síria no Brasil, Mohammed Khaddour, condenou as recentes matanças e a série de destruição que tem atingido o país. Ele reforçou que os atos terroristas “visam abalar a Síria, seu povo e sua segurança”.

Ele acusou ainda as potências imperialistas, lideradas pelos Estados Unidos, de promoverem, às vésperas da realização da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, atos de violência dentro da Síria “para movimentarem a opinião pública e servir aos interesses de seus planos”.

Posição do PCdoB

Analisando os últimos acontecimentos, o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu Alemão, afirmou que “nesse momento, é urgente a solidariedade dos brasileiros, principalmente dos comunistas, ao povo sírio”.

Segundo Alemão, a Síria “está sendo vítima de agressões estrangeiras que atacam através das armas dos mercenários no território sírio e de ações midiáticas em todo o mundo”.

Da Redação