Liga Árabe criará comissão para apurar causa da morte de Arafat

A pedido da Autoridade Nacional Palestina (ANP), a Liga Árabe vai formar uma comissão para investigar a morte do líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004. Suspeita-se que ele tenha sido envenenado.

Arafat

O responsável pelas negociações na ANP, Saeb Erekat, afirmou que o comitê encarregou o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, de acompanhar a preparação de um relatório penal, médico, político e judicial sobre as circunstâncias da morte de Arafat. "Estamos formando um comitê internacional de investigação e queremos que seja um com alta credibilidade", acrescentou Erekat.

O Comitê da Iniciativa de Paz Árabe se reuniu a pedido do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para debater também a situação da segurança palestina e os últimos ataques israelenses. Em comunicado, o grupo assinalou a importância da criação de um comitê "independente e neutro" no marco da ONU para investigar a morte de Arafat.

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e a viúva de Arafat, Suha Arafat, concordaram com a exumação do corpo que está em um mausoléu, em Ramallah, na Cisjordânia. Arafat morreu, em novembro de 2004, aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, depois de 13 dias internado no Hospital Militar Percy, em Clamart, na França.

Em comunicado, o comitê responsável pelas investigações informou que será criada uma comissão “independente e neutra”. A tese do envenenamento de Arafat é antiga, mas ganhou novo impulso no início de julho deste ano, quando o canal árabe de televisão Al Jazira transmitiu uma reportagem  em que abordava a existência de polônio 210, substância tóxica, nas roupas e objetos de Arafat, indicando elevada contaminação radioativa.

A reportagem da Al Jazira citou uma investigação, que durou nove meses, feita pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça. O instituto analisou a roupa, a escova de dente e o lenço do dirigente palestino.

Arafat se tornou uma espécie de símbolo das negociações entre palestinos e israelenses. Em 1993, ele participou do Acordo de Paz de Oslo ao lado do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, entre outras negociações históricas em busca do fim do impasse na região.

Com agências