Inácio Arruda e Protógenes debatem Segurança Pública

Protógenes destaca as limitações do município no setor da segurança pública, atribuições dos Governos Estaduais e Federal. “Mas isso não significa que as Prefeituras não tenham participação nesta questão”. Segundo o parlamentar, o setor não se restringe à questão de polícia. “É um equívoco pensar que segurança pública é polícia armada e ostensiva. A questão é bem mais ampla e importante”.

O deputado defende que a política de segurança pública deve estar intimamente atrelada à política de ação social. “O poder público não pode se omitir e deixar o cidadão refém de sua falta de ações”, ratifica.

Inteirado dos números de violência na capital cearense, Protógenes destacou que os altos índices de criminalidade destoam da cidade que é um dos principais destinos turísticos do país. “Os números são assustadores. A cidade clama por ações de impacto que revertam este quadro para que a população possa se sentir verdadeiramente segura”.

Contribuição para Fortaleza

Membro do Comitê de Segurança da FIFA, Protógenes foi autor do plano de segurança apresentado para a entidade. No estudo, ele analisou todas as variáveis que contribuem para a violência, dentre eles os índices de desenvolvimento humano e social. “Temos estes dados coletados, analisados e atualizados. Fortaleza está dentro deste levantamento e o disponibilizaremos para Inácio trabalhar em cima deste estudo”, ratificou.

Com grande experiência voltada à questão da segurança pública, o delegado da Polícia Federal tem atuado não só na Câmara dos Deputados como ainda fora do país. “Fui convidado pelo Ministério da Defesa de Israel para analisar projetos de cidades inteligentes, envolvendo ações de monitoramento e planejamento de segurança pública. Lá também pude contribuir com o combate à criminalidade”, ressaltou.

Políticas de segurança e ação social

Sua atuação voltada à segurança o credencia a ser um grande colaborador da campanha de Inácio Arruda, propondo ações voltadas à melhoria da qualidade de vida do povo de Fortaleza. “Não há como dissociar segurança pública de ação social. É aí onde entra a atuação do município no setor. É preciso ações concretas, com políticas públicas voltadas para as pessoas. O Estado não pode manter-se indiferente às comunidades e tratar cidadãos como sub-cidadãos. Segurança se corrige com ação social e não com tiro, porrada e bomba”, defende.

Dentre as ações que Protógenes defende está a inclusão de comunidades carentes em serviços oferecidos pelo município, como a construção de escolas públicas, postos de saúde com atendimento de qualidade, água tratada, rede de esgoto, espaços de cultura e lazer, e até abertura de vias para entrada de viaturas, como ambulâncias e até policiais. “Pode parecer óbvio, mas são inúmeras as comunidades abandonadas pelo poder público”, alertou.

Cidade de contrastes e desafios

Inácio Arruda também reforçou que a segurança pública tem sido uma das principais reivindicações da população. “Estamos visitando comunidades carentes da cidade e esta tem sido uma demanda do povo porque é algo que mexe objetivamente com as pessoas”, ressaltou.

Fortaleza atualmente conta com mais de dois milhões e meio de habitantes e tem em seu entorno, na Região Metropolitana, mais de um milhão e meio de pessoas. “Vivemos numa cidade de contrastes. Ao mesmo tempo em que metade do PIB do Estado se concentra na capital, somos a segunda capital mais miserável do Nordeste. Para reverter esta realidade, apresentamos um projeto ousado e acreditamos que o poder público municipal tem meios de superar esses desafios”.

Citando a caminhada realizada na última terça-feira (24/07), na região do Grande Bom Jardim, quando foi alertado do perigo de entrar na comunidade, Inácio destacou a importância de se ouvir as pessoas nessas atividades. “Na comunidade do Marrocos, enfrentamos as ameaças, entramos na comunidade, ouvimos as pessoas e percebemos que a realidade de lá é de miséria e total abandono do poder público. 98% das pessoas são gente boa, que quer trabalhar. Só a pequena parte das pessoas que caíram na marginalidade impede que aqueles cidadãos não vivam com tranquilidade”.

Guarda Municipal

A questão do armamento da Guarda Municipal também foi levantada por Inácio. Segundo ele, é incoerente a contratação de segurança privada armada quando se há uma Guarda Municipal que poderia atuar em conjunto com as demais forças de segurança pública. “Chega a ser desmoralizante. A questão não está mais no armamento da Guarda, mas sim sobre as suas atribuições. Vamos acabar com esta hipocrisia”, ratificou.

Combate às drogas

Consciente de que o alto consumo de drogas é uma das variáveis que interferem diretamente no aumento da violência em cidades de todo o país, Inácio Arruda também tem propostas para o tema. “Destinamos verba de R$ 8 milhões de emendas do nosso mandato solicitando ao Governo do Estado a construção de seis centros de acolhimento para a recuperação de dependentes químicos. Praticamente só o setor privado recebe essas pessoas. Não podemos admitir que as famílias pobres não tenham onde abrigar seus filhos dependentes. É nossa obrigação oferecer esse serviço pois não podemos deixá-los abandonados”.

Inácio também defende uma articulação com demais setores do Estado para a antecipação ao consumo, através de políticas de geração de emprego e renda, educação, cultura e lazer. “Sabemos que depois de consumido, fica mais difícil resgatar esta pessoa. Então pensamos em atuar no sentido de evitar que crianças, jovens e adultos entrem neste submundo”.

Uma preocupação levantada pelos presentes foi a falta de dados, estudos e planejamento para enfrentar este grande mal. “Não há levantamento sobre a quantidade de usuários. Iremos fazer este estudo, realizar o diagnóstico e, a partir daí, planejar e atuar aliando as ações sociais e de segurança pública”.

Parceria com a população

Com um grupo de trabalho voltado especificamente para o setor da segurança pública, o programa de governo de Inácio Arruda está sendo construído por várias mãos. “Temos pessoas de várias áreas, porque consideramos a questão como elo de uma grande corrente. Não dá pra ver segurança pública sem lazer e saúde. Mas nosso principal aliado é o povo. São as pessoas que sofrem na pele as consequências da violência que vão nos orientar onde devemos investir e de que forma”, ratifica.

O diálogo tem sido realizado tanto internamente, no grupo de trabalho, quanto nas comunidades, junto com as lideranças locais. “Nesses debates, as pessoas nos cobram ações concretas e estamos pedindo que elas contribuam com sugestões, ideias e propostas. Elas são, sem dúvidas, nossa melhor fonte de contribuição”.

Participaram ainda do encontro o candidato a Vice Prefeito, Chico Lopes; o Deputado Federal João Ananias (PCdoB) e o advogado e ex-presidente da OAB-CE, Hélio Leitão.

De Fortaleza,
Carolina Campos

Fotos: Chico Gomes