Obama promete combate à violência armada nos EUA

O presidente norte-americano, Barack Obama, se comprometeu nesta quarta-feira (25) a cooperar com líderes de todos os matizes políticos para "chegar a um consenso" sobre como reduzir a violência armada no país, questão que entrou na atual campanha eleitoral depois do massacre da semana passada no Estado do Colorado. Ele defendeu a adoção de políticas "de bom senso" para reduzir a violência causada pelas armas.

Encerrando uma viagem de vários dias que começou em Aurora, no Colorado, onde ele se reuniu com sobreviventes e familiares de vítimas do massacre do cinema, Obama disse a uma plateia majoritariamente afro-americana que tragédias como essas se repetem diariamente, em escala menor, nas cidades do país inteiro.

"A cada dia e meio o número de jovens que perdemos para a violência é mais ou menos o mesmo número de pessoas que perdemos naquele cinema", disse Obama à Liga Nacional Urbana, entidade que promove os direitos civis e a melhoria econômica dos afro-americanos.

"Vou continuar a trabalhar com membros de ambos os partidos e com grupos religiosos e com grupos cívicos para chegarmos a um consenso a respeito da redução da violência", afirmou o presidente, candidato à reeleição em novembro.

Mas Obama teve o cuidado de não fazer propostas que assustem os proprietários de armas e que inflamem seus adversários republicanos. O presidente fez questão de enfatizar seu apoio à Segunda Emenda da Constituição, que abrange o direito ao porte de arma.

"Reconhecemos as tradições de propriedade de armas que passaram de geração para geração, que a caça e o tiro são parte de um valorizado patrimônio nacional", disse Obama. "Mas também acredito que muitos proprietários de armas concordam que o lugar das AK-47s é nas mãos de soldados, não nas mãos de criminosos. Que o lugar delas é no campo de batalha da guerra, não nas ruas das nossas cidades."

Obama não fez propostas novas para o controle de armas, mas fez referência à necessidade de verificar os antecedentes daqueles que querem comprar armas e de manter os desequilibrados mentais longe delas. Segundo ele, a verificação do prontuário de compradores de armas ficou mais rigorosa desde sua posse. Sem entrar em detalhes, Obama indicou que as medidas para o controle da posse de armas deveriam ser "de bom senso" e não gerar "controvérsia". 

O republicano Mitt Romney, virtual adversário de Obama nas eleições de 6 de novembro, disse nesta semana que leis adicionais não teriam impedido o massacre do Colorado. O pré-candidato defendeu medidas de controle de armas no passado.

Na madrugada de quinta para sexta-feira da semana passada, um ex-estudante de neurociência entrou armado e com blindagem corporal em um cinema de Aurora, onde atirou indiscriminadamente contra a plateia na estreia do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", deixando 12 mortos e 58 feridos.

Nos EUA, há mais de 300 milhões de armas de fogo em posse dos cidadãos, e os massacres como o ocorrido em Aurora, nos arredores de Denver, reiniciam o debate sobre o direito consagrado na Segunda Emenda.

No final de 2011, 73% dos americanos se mostraram contrários à proibição da posse de armas de fogo, segundo uma enquete do instituto Gallup. Após o tiroteio em Aurora, as solicitações para poder comprar armas em Denver aumentaram em torno de 40%.

Com agências