Hugo Chávez, como a ave Fênix, está de novo nas ruas

Ao completar 58 anos de vida, o presidente de Venezuela, Hugo Chávez, mostra-se hoje enérgico, vivaz e resolvido a continuar a condução de um projeto social que está mudando há tempos a essência deste país sul-americano.

Nascido em Sabaneta, estado Barinas, em 28 de julho de 1954, o mandatário desfaz a incerteza que seu estado de saúde provocou na grande maioria dos venezuelanos e em milhões de latino-americanos durante o transcurso do último ano e, sobretudo, durante a segunda metade de 2011.

Operado duas vezes de urgência em Havana em junho do ano passado para extrair-lhe um tumor canceroso, o mundo progressista deste hemisfério e de outras regiões do mundo temeu por sua vida e, com ela, pela interrupção do processo de transformações que lidera na Venezuela desde 1999.

A longa convalescença, controlada de maneira rigorosa pela equipe médica que o atende, tem sido longa e incluiu uma terceira intervenção cirúrgica e estadias sucessivas na capital cubana, onde, entre outros, se lhe aplicou neste ano um completo tratamento à base de radioterapia.

Os resultados estão à vista, um Chávez renovado, que agradece a Deus e à equipe médica a oportunidade de continuar trabalhando para – como disse O Libertador, Simon Bolívar – conseguir para o povo venezuelano "a maior soma de felicidade possível".

A doença do presidente venezuelano tem sido durante o último ano, ademais, pretexto para as mais diversas especulações, entre as quais não têm faltado as derivadas da coincidência no tempo com doenças similares de outros chefes de Estado latino-americanos progressistas.

Durante a convalescença de Chávez, o então presidente paraguaio, Fernando Lugo, foi tratado por uma doença similar, e a presidenta argentina, Cristina Fernández foi operada pela mesma razão.

O caso mais recente foi o do ex-presidente brasileiro Inácio Lula da Silva, que foi tratado por um câncer de laringe, mas antes, em 2009, houve o caso da atual presidenta do gigante sul-americano, Dilma Rousseff, em quem foi detectado um câncer linfático, quando se encontrava em plena campanha eleitoral.

Dentro da Venezuela, as especulações foram de outro tipo, sobretudo pela proximidade das eleições presidenciais previstas para 7 de outubro deste ano.

As formações opositoras, provavelmente sabedoras de que pela via democrática, isto é, eleitoral, suas possibilidades de voltar a governar o país são muito escassas, utilizaram todo tipo de armas para desacreditar o governo bolivariano e uma delas tem sido a necrofilia, em relação a Chávez.

Desde vaticinar a iminente morte do mandatário até desacreditar a sua evidente recuperação e sugerir a designação de outro candidato para que o substitua nas eleições, a oposição não poupou prognósticos pessimistas sobre a saúde do presidente.

Em data tão avançada como 11 de junho deste ano, após completados os ciclos de radioterapia, líderes opositores disseram que Chávez iria com muletas ao Conselho Nacional Eleitoral para inscrever sua candidatura, mas essas ilusões se chocaram com a realidade.

Chávez não só entrou caminhando e sem ajuda nem apoios à sede do Poder Eleitoral, mas falou durante três horas à multidão que foi de todos os bairros de Caracas acompanhar o líder no cumprimento desse trâmite legal.

Depois, todos os atos do líder bolivariano induzem a pensar que o câncer do presidente de Venezuela é um problema superado, sentimento avivado por seus mais recentes aparecimentos públicos.

Desde 1º de julho último, data de início oficial da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 7 de outubro, o mandatário, que aspira à reeleição para um terceiro mandato consecutivo, acrescentou a suas múltiplas responsabilidades governamentais uma ativa participação em atos de massas.

Discursos de não menos de duas horas e percurso por ruas abarrotadas de povo em Maracay (estado Aragua), Barcelona (Anzoátegui), Barquisimeto (Lara), San Juan dos Morros (Guárico), Maracaibo (Zulia) e na área do Vale, em Caracas, dão fé da saúde de Chávez.

E não só mantém intercâmbio com a gente do povo que o vai ver de perto e escutar seus discursos, senão que, ademais, dança, salta e canta junto com os integrantes dos grupos musicais que participam desses atos.

Não há dúvidas de que, contra muitos prognósticos, com seus 58 anos, o novo Chávez, como a ave Fénix, está de novo nas ruas, à frente do que ele mesmo tem denominado o furacão bolivariano.

Prensa Latina