Administração Obama pode quebrar recorde de deportações

Pelo quarto ano consecutivo o governo federal americano pode quebrar o recorde de deportações. O número, ao final do ano fiscal 2012, que se encerra em 30 de setembro (começou em 1º de outubro do ano passado) pode ultrapassar os 400 mil, segundo documentos do Gabinete de Alfândega e Controle de Fronteiras (ICE).

O dado foi revelado no momento em que a administração de Barack Obama empurra três medidas administrativas que estão causando impacto na população sem documentos.

A primeira foi anunciada em 15 de agosto de 2011 e objetiva a revisão de cerca de 300 mil casos de deportação. Até agora menos de 2% foram beneficiados.

A segunda, anunciada no início deste ano, afeta cônjuges de sem documentos e filhos menores de idade de cidadãos americanos, que não serão punidos pela chamada Lei do Castigo e beneficia a reunificação familiar.

A terceira detém a deportação de até 1,4 milhão de jovens sem papéis, conhecidos como dreamers.

Nenhuma das três medidas causa impacto contundente em favor da população sem documentos dos Estados Unidos, estimada em 11 milhões.

Durante o ano fiscal de 2009 (de 1º de outubro de 2008 a 30 de setembro de 2009), o governo deportou 389.834 pessoas sem documentos, a maioria deles com antecedentes criminais, assegurou o Departamento de Segurança Nacional (DHS).

Em 2010, o número de expulsos subiu para 392.862 (de 1º de outubro de 2009 a 30 de setembro de 2010). No ano seguinte, 2011, o total alcançou 396.906 (entre 1º de outubro de 2010 e 30 de setembro de 2011), com uma média de 33.330 expulsos.

O governo federal voltou a afirmar que a maior porcentagem de estrangeiros deportados tinha antecedentes criminais.

Nos primeiros oito meses e meio do ano fiscal 2012, em 16 de junho, a média mensal alcança os 33.299 com um total estimado de 284.172 deportados.

O número supõe que em 30 de setembro o total de expulsos ultrapassaria os 400 mil, marcando um novo recorde para as estatísticas do governo de Obama.

O governo assegura que a maioria dos deportados possuía antecedentes criminais, mas organizações que defendem os direitos dos imigrantes, entre elas o Conselho Nacional de La Raza (NCLR), a Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA) e o Fórum Nacional de Imigração (NIF) argumentam que entre seis e sete de cada 10 expulsos pelo governo não tinham antecedentes criminais que constituíssem uma ameaça séria para a segurança nacional.

Do Portal Vermelho, com informações do site AcheiUSA