EUA oferecem ajuda militar ao Egito em troca de lealdade

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, prometeu nesta terça-feira (31) dar continuidade à ajuda financeira ao Egito, em troca de manter a "tradicional" relação militar e uma lealdade que, na região, tem como alvo a Síria e o Irã.

Panetta se reuniu nesta terça na cidade do Cairo com presidente egípcio, o islamista Mohamed Morsy, e com o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), o marechal de campo Mohamed Hussein Tantawi, os quais considerou "comprometidos com a transição democrática".

"Está claro que o Egito, após a a revolução (a revolta popular que derrubou Hosni Mubarak em fevereiro de 2011), está comprometido a instalar um governo democrático", expresou o chefe do Pentágono a jornalistas após as reuniões com Morsy e Tantawi.

Em seu primeiro encontro com Morsy, que assumiu a presidência em 30 de junho, Panetta sublinhou que recebeu a promessa do islamista de que o país continuará a cooperação com os Estados Unidos no "combate ao terrorismo", pretexto também utilizado na Tunísia para renovar os laços militares.

Embora tenha evitado revelar pormenores do que foi decidido sobre a assistência militar, que chega anualmente a US$ 1,3 bilhão, o titular do Pentágono deixou claro que Washington vai mantê-la, mas somente se o Cairo preservar as velhas relações nesse setor.

Fontes diplomáticas estadunidenses nesta capital destacaram que a viagem de Panetta ao Egito, a segunda escala de seu giro regional iniciado segunda-feira na Tunísia, pretende assegurar de que os Estados Unidos permanecerão como "sócio militar" dos países visitados.

Segundo elas, é chave para a Casa Branca alinhar os governos árabes em sua posição, em um momento de convulsão política no Oriente Médio e quando Washington exacerba a hostilidade contra os governos de Bashar al-Assad na Síria e de Mahmoud Ahmadinejad no Irã.

Após as reuniões no Egito, a segunda desde outubro de 2011, Panetta foi para Israel, o principal aliado de Washington na ragião e receptor de US$ 3 bilhões anuais de "ajuda militar".

Ele vai se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com o presidente Shimon Peres e o ministro da Defesa Ehud Barak.

Segundo círculos oficiais, o funcionário estadunidense
tratará com eles sobre um possível ataque militar sionista contra as instalações nucleares iranianas.

Além disso, Panetta também pretende discutir o progresso israelense na construção de seu sistema de defesa aéreo, conhecido como "Domo de Ferro", projetado para derrubar foguetes de curto alcance e obuses de artilharia.

Do Portal Vermelho, com informações da Prensa Latina