Cachoeira presta depoimento sobre esquema no transporte do DF

O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixará nesta quarta-feira (31) o presídio da Papuda, em Brasília, onde está preso há mais de cinco meses, para acompanhar na Justiça do Distrito Federal a audiência do processo em que responde por formação de quadrilha e tráfico de influência no sistema de transporte coletivo do DF. Ele é acusado de tentar articular um esquema para conseguir operar o sistema de bilhetagem eletrônica.

Além de Cachoeira, mais sete acusados de participação no esquema deverão prestar depoimento à juíza Ana Cláudia Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília. Eles foram investigados na Operação Saint-Michel, deflagrada após a Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira. Os acusados devem depor após serem ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa e pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios).

Na CPMI

No Congresso, há mais de dois meses uma CPMI investiga as relações do contraventor com empresários e políticos. Quando depôs em maio na comissão, Cachoeira permaneceu calado. Já em audiência do processo que enfrenta na Justiça Federal de Goiânia, na semana passada, Cachoeira fez apenas uma declaração de amor à mulher e disse que se tornou um "leproso jurídico". Na terça-feira (31), o escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixou oficialmente a defesa do empresário.

Andressa Mendonça

A noiva de Cachoeira, Andressa Mendonça é investigada em um inquérito policial por corrupção ativa. Ela é suspeita de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, responsável pela ação penal contra o grupo de Cachoeira na 11ª Vara da Justiça Federal em Goiânia.

Na segunda-feira (30), a Polícia Federal fez uma busca e apreensão na casa dela, no condomínio de luxo Alphaville, em Goiânia. Foram apreendidos dois computadores e dois iPads, além de documentos. Em seguida, ela foi conduzida coercitivamente até a PF para prestar depoimento. Segundo o MPF, Andressa tem envolvimento no esquema de Cachoeira e seria a mensageira do grupo.

Santos assumiu o processo da Monte Carlo depois que o juiz Paulo Moreira Lima foi ameaçado e pediu para deixar o caso.

Depoimento da ex-mulher

Na terça-feira (31), a defesa de Andrea Aprígio de Souza, ex-mulher de Cachoeira, entrou com um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir que ela possa ficar em silêncio durante o depoimento à CPI do Cachoeira. Andrea deve depor no dia 8 de agosto.

Os advogados também pedem para que ela não seja obrigada a assinar um termo de compromisso para dizer a verdade, que possa estar assistida no momento pela defesa e que não seja presa nem processada por desobediência ou falso testemunho.

Fonte: Uol Notícias