Videoclip Soy Loco por Sol critica consumismo exacerbado 

 O eterno verão. Antes, metáfora de felicidade para românticos incuráveis. Agora é pesadelo. O verão da utopia parece que se foi para sempre. Viveremos, então, a eterna estação da distopia? “The Horror. The Horror”, como disse o personagem Colonel Walter E. Kurtz, interpretado por Marlon Brando, no filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

Está estampado nas entrelinhas das capas de revistas e jornais de grande circulação: a sociedade de consumo, como diria Jean Baudrillard, entrou de vez em colapso, com o anúncio dos danos irreversíveis à natureza provocados pelo aquecimento do planeta.

Precisa agora aprender a parar de consumir para sobreviver, a associar desenvolvimento com estabilidade do clima. Consumismo sustentável ou cúmulo da pós-modernidade? É a tal hiper-realidade que toma corpo com a morte da natureza. Quadro de um verão tingido de cinza.

O filósofo e sociológo francês, citado no início do post, falecido em 06 de março deste ano, crítico feroz dessa sociedade e do mundo industrial, refutava o conceito pós-modernidade. Dizia que era um não-conceito. Que não passava de um rótulo sem sentido usado para decifrar o mundo hiper-real, um simulacro. Um mundo de signos insignificantes.

Como música de combate é música Impop, para ilustrar uma militância necessária chamo à pauta o vídeo de “Soy Loco por Sol”, do ativista Mundo Livre s/a. A composição de Zeroquatro aborda, com ironia e sarcasmo, essa confusão/destruição de significados utilizada em prol do poder devastador dos fundamentalistas do consumo. Trata-se de um texto musical, de palavra falada à base de agudas múltiplas evoluções sobre samba e rock. A música faz parte do CD Bebadogroove, sexto da banda pernambucana, lançado em 2006. O vídeo, uma animação em 3d e 2d, foi produzido por Paulo Kielwagen e Fabio Pantoni.

Fonte: Impop