PIB da Itália cai 0,7% no 2º trimestre de 2012

A economia italiana – a terceira maior da zona do euro, atrás da Alemanha e da França – prolongou sua recessão no segundo trimestre do ano. Ontem (7) o instituto de estatísticas Istat anunciou o PIB da Itália teve uma redução de 0,7% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior (quando a queda foi de 0,8%); na comparação com o segundo trimestre de 2011 a queda é maior, 2,5%.

Mario Monti

É a quarta queda seguida do PIB italiano na comparação trimestral, e a terceira na comparação anual. O recuo afeta todos os setores da economia: agricultura, indústria e serviços. A previsão do governo do primeiro ministro conservador Mario Monti – uma espécie de gerende do capital especulativo colocado à frente do governo italiano – é de que o recuo do crescimento poderá chegar, este ano, próximo a 2%, acima da previsão anterior, que era de 1,2%. A organização dos industriais italianos, a Confindustria, é mais pessimista e prevê queda cima de 2,4%.

A extensão da crise pode ser medida também pelo crescimento do desemprego, que chegou a 10,8% (em maio era de 10,6%). É o nível mais elevado desde 2004 e supera a marca de 10% pelo quarto mês seguido.

A solução proposta pelo governo conservador é a redução da dívida pública, que equivale a 123% do PIB italiano; o governo planeja, para isso, privatizar estatais italianas para obter entre 15 a 20 bilhões de euros por ano. E também acelerar o corte dos gastos do governo: no dia 31 de julhjo o Senado deu sinal verde para o governo conservador cortar mais de quatro bilhões de euros ainda este ano. E não é necessário dizer quais serão as áreas cortadas! Não os juros e a remuneração do capital especulativo, mas gastos sociais como saúde e educação. As medidas preveem reduções em gastos no sistema de saúde e uma diminuição gradual do números de funcionários públicos, além de diminuir pela metade os gastos do governo com automóveis, centralizar as compras estatais de bens e serviços, e encolher a receita de empresas estatais pequenas.

Os cortes dependem, agora, de aprovação na Câmara dos Deputados. Estes cortes vão somar-se ao programa de redução das despesas do governo, no valor de 10,5 bilhões de euros anunciado em dezembro.

Com agências