Estudantes intensificam protestos no Chile

Estudantes chilenos do ensino médio intensificaram nesta sexta-feira (10) seus protestos com a ocupação de quatro colégios da capital Santiago.

Os alunos ocuparam durante a madrugada desta sexta-feira (10) os colégios Barros Borgoño, Cervantes, Confederación Suiza e Darío Salas, localizados no centro da capital. Pablo Zalaquett, o prefeito da cidade, descartou a ordem de despejo, mas afirmou que sua decisão está sujeita ao desenvolvimento do conflito. Apesar disso, outro liceu ocupado foi desalojado nesta sexta-feira pela polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo na operação.

Em 2011, quando eclodiram os protestos estudantis, os alunos ocuparam durante meses centenas de colégios e de universidades em todo o país e paralisaram por meses as aulas. Neste ano, no entanto, as ocupações foram esporádicas e de pouca duração, enquanto que o funcionamento das universidades foi regular.

No ano passado, 37,8% dos alunos do centro de Santiago repetiram de ano por conta das manifestações, segundo informou o prefeito Zalaquett que ameaçou nesta sexta-feira os estudantes grevistas. "A lei é muito clara: se repetem um segundo ano consecutivo, a matrícula é cancelada", disse ele.

Em entrevista coletiva, os porta-vozes da Aces (Assembleia Coordenadora de Estudantes do Ensino Médio) anunciaram que neste sábado se reunirão para decidir se intensificarão suas mobilizações. A principal reivindicação dos estudantes é a desmunicipalização da educação, ou seja, que sua gestão passe das Prefeituras para o Governo Central para melhorar a administração dos recursos.

O ministro da Educação, Harald Beyer, afirmou nesta sexta que os distúrbios têm que ser controlados pelos municípios."São eles que devem terminar com as manifestações para garantir o direito à educação dos outros estudantes", disse Beyer aos jornalistas no Palácio de La Moneda, onde se reuniu com o presidente, Sebastián Piñera.

Os dois governantes receberam cinco analistas da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) da qual o Chile é membro desde 2010, que fizeram uma visita de cinco dias ao país para avaliar o sistema de educação superior. A equipe emitirá em setembro um relatório que será utilizado em um projeto de lei, previsto para este ano, para modificar o atual sistema de credenciamento de educação superior do país.

Os distúrbios nos colégios acontecem dois dias depois que cinco mil estudantes do ensino médio tentaram manifestar-se em Santiago por um trajeto não autorizado pela Prefeitura, o que resultou em violentos incidentes.

Com Opera Mundi