Israel dá mais poderes a Benjamin Netanyahu‎

O governo israelense aprovou neste domingo (12), em sua reunião semanal, um protocolo sem precedentes que amplia os poderes do primeiro-ministro, facilitando a determinação unilateral da agenda do gabinete e permitindo o voto em comitês ministeriais. Com a reforma, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu terá menos limitações para impulsionar sua agenda e controlar os debates no âmbito do governo de coalizão que lidera.

Segundo o gabinete do premier, a medida tem como objetivo "melhorar a governabilidade". O chefe de governo terá agora controle absoluto sobre a ordem das reuniões do gabinete, o que lhe permitirá dar prioridade as suas propostas e programar debates contínuos das mesmas – mesmo que tenham sido previamente rechaçadas – e adiar à vontade as sugeridas por outros ministros. Também poderá controlar a ordem de votação, e atrasar as moções levantadas pelos comitês ministeriais, aos quais poderá se unir quando considerar oportuno e nos quais terá direito a voto.

Netanyahu e seus sucessores poderão tomar decisões com votações telefônicas dentro de um prazo de 12 horas, que poderá ser diminuído ou ampliado por decisão do primeiro-ministro, e terão poder para restringir o direito de voto aos membros do gabinete que estejam presentes em reunião. Alguns analistas especulam que os novos poderes podem estar vinculados a uma futura tomada de decisão sobre um ataque às instalações nucleares do Irã. A decisão de ir à guerra, no entanto, só pode ser tomada pelos oito ministros do denominado "Gabinete de Segurança".

O deputado trabalhista Amir Peretz classificou a medida de "antidemocrática" e afirmou que Netanyahu "faz o impossível para evitar que haja discussões transparentes e completas". O chefe da oposição, Shaul Mofaz, também condenou as mudanças e comentou que o objetivo da nova norma é "enfraquecer a oposição".

Fonte: Efe