Unasul se pronuncia hoje sobre situação política do Paraguai
O Grupo de Alto Nível da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) prepara para esta terça-feira (14) a emissão de um comunicado sobre a crise instaurada no Paraguai após a destituição do então presidente Fernando Lugo do poder, em 22 de junho. Representantes dos 11 países (a exceção é o Paraguai) analisaram documentos sobre a situação política no território paraguaio e apresentarão uma avaliação sobre o assunto.
Publicado 14/08/2012 09:54
A Unasul, assim como o Mercosul, suspendeu temporariamente o Paraguai sob o argumento de que é necessário restabelecer a ordem e a democracia no país. Os líderes sul-americanos têm dúvidas sobre a forma como Lugo foi submetido ao processo de impeachment, que ocorreu em menos de 24 horas. Para os líderes, não houve tempo hábil para ele se defender.
O documento sobre a situação no Paraguai será apresentado hoje pelo secretário-geral da Unasul, Ali Rodríguez (Venezuela), e pelos representantes da Argentina, Rodolfo Mattarollo, da Bolívia, Juan Carlos Alurralde, do Brasil, Guilherme Patriota, da Colômbia, Horacio Serpa, do Chile, Arturo Fermandois, e pelo embaixador do Uruguai no Paraguai, Juan Enrique Fischer. Guiana e Suriname também estão representados.
No Paraguai, as atenções estão voltadas para a reunião do Conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA), no próximo dia 22, como informa a Presidência da República paraguaia. O representante do Paraguai na OEA, Hugo Saguier Caballero, disse estar confiante e que as expectativas “são boas”.
"[A reunião no dia] 22 ocorre exatamente dois meses [depois da destituição de Lugo] e o país vive em paz e em tranquilidade, sem qualquer inconveniente. Vocês são testemunhas do que acontece em nosso país”, disse o embaixador paraguaio.
Apesar das declarações, nesta terça tem início um Fórum Social no Paraguai, organizado pela frente de oposição ao golpe parlamentar Paraguai Resiste. O evento, que contará com 12 mesas de trabalho, terá a participação de convidados estrangeiros. A ideia é debater temas como soberania, reforma agrária, direitos humanos, inclusão, segurança e proteção social, criminalização dos movimentos sociais e meio ambiente e sustentabilidade – tudo no marco do golpe.
Também serão realizadas marchas de protesto contra o governo atual e a destituição do presidente constitucionalmente eleito, Fernando Lugo. As atividades se estenderão até a quarta, sempre com o objetivo de dar visibilidade ao repúdio à atual situação do país, que vive um isolamento internacional e é palco de perseguições e arbitrariedades.
Com agências