Voto não ideológico será decisivo para reeleição de Chávez
O balanço de um mês da campanha do presidente Hugo Chávez e de um ano da corrida eleitoral feita por seu opositor, Henrique Capriles, revela que o presidente conta com 40% de voto duro, ou seja, de pessoas que em outras eleições também votaram em Chávez, ou nas opções vinculadas ao processo bolivariano. No total, Chávez tem 56% das intenções de votos, ante os 29% de Capriles.
Publicado 14/08/2012 16:49
As informações são da pesquisa realizada pelo Grupo de Investigação Social Século 21 (Gis XXI). O relatório, assinado pelo diretor Jesse Chacòn indica que os 16% restantes da intenção de voto a favor do mandatário são constituídos pelo chamado voto brando — em sua grande maioria novos eleitores e pessoas que em outros processos eleitorais não votaram. Já com relação a Capriles, 20% dos eleitores constituem o voto duro e 9%, o brando.
O quadro eleitoral é completado com 11% de indecisos e 4% dizem que não votarão. Embora componham um segmento importante, este grupo não será decisivo nas eleições, uma vez que mesmo com esses votos Capriles não venceria a contenda eleitoral.
Voto brando
O que deverá dar o tom da campanha de agora em diante será a busca da oposição pelos 16% de voto brando de Chávez. O chavismo tem o desafio de consolidar este segmento e atrair para si o voto dos indecisos para assegurar uma vitória contundente em 7 de outubro.
A pesquisa do grupo Gis XXI desmente o caráter decisivo comumente conferido aos eleitores indecisos. Contrariamente, o estudo ressalta como chave das eleições o comportamento dos setores brandos e a capacidade de ambas as candidaturas de seduzi-los ou ao menos impedir sua fuga.
“No caso do chavismo, trata-se fundamentalmente de renovar e ampliar o mandato coletivo, o que requer por uma parte esclarecer as apostas do futuro ou o aprofundamento das mudanças, e por outra expandir ou aprofundar uma narrativa sedutora e inclusiva de setores heterogêneos e com uma linguagem mais concreta e que atenda à segmentação do discurso”, diz o estudo.
O relatório indica ainda que “a candidatura da direita tem diante de si um imenso objetivo: ficar dentro do novo consenso político — por exemplo no que se refere aos direitos sociais, à soberania nacional, à integração latino-americana, à igualdade, à democracia protagonista, etc. — mas marcando alguma diferença substancial que permita colocar-se como ‘a alternativa’ a algo que deve ser mudado. Neste difícil equilíbrio entre não se distanciar muito de Chávez; mas defender que é necessário derrotá-lo nas urnas, a campanha opositora elegeu centrar-se nas diferenças estético-simbólicas e tratar de confundir o máximo possível a confrontação de propostas e modelos de país. Esta campanha se baseia, portanto, no uso intensivo e sofisticado do marketing político e na imagem. O que acontece é que está dirigida a uma sociedade que mudou muito nos últimos anos, que ganhou com a educação e amadurecimento político, que discute política e requer informação e batalha de ideias”, diz o texto.
Popularidade
Com relação à popularidade dos candidatos, a pesquisa indica que Chávez conta com a aprovação de 65% dos venezuelanos, ante 36% de Capriles. O presidente sul-americano tem 21% de rejeição, enquanto seu opositor amarga 38%.
A avaliação positiva do governo bolivariano de Hugo Chávez chega a 64% enquanto 20% a avalia como negativa. 14/5 a considera regular.
Com relação ao aspecto econômico, 58% dos venezuelanos pensam que a situação econômica pessoal melhorou e 70% que vai melhorar. Da mesma maneira, 42% dos venezuelanos veem positivamente a situação política e 62% acha que ela vai melhorar no segundo ano.
Espera-se que entre 75 e 80% dos venezuelanos compareçam às urnas para eleger o próximo presidente que governará até 2018. A abstenção esperada é de 20 a 25%, o que situa a Venezuela entre os países da América Latina com a mais alta participação eleitoral.
Da Redação,
Vanessa Silva