Correa nega que já tenha decidido sobre asilo a Assange

Momentos após uma fonte da Presidência do Equador confirmar ao jornal britânico The Guardian que o país havia aceitado o pedido de asilo político feito pelo jornalista Julian Assange em junho, o presidente Rafael Correa publicou em sua conta do Twitter que “não há nenhuma decisão a respeito” e que ainda “aguarda um informe da chancelaria”.

Mais cedo nesta terça-feira (14), um alto funcionário do governo equatoriano revelou à correspondente do Guardian em Quito que o país “vai conceder asilo a Julian Assange". O Opera Mundi conversou com a repórter Irene Caselli, que garantiu que "ainda considera" a versão de sua fonte confiável. Em sua conta no Twitter, a correspondente reforçou ainda que suas fontes "sustentam as declarações".

Na última segunda-feira (13), Correa fez um pronunciamento na ECTV e declarou que tomaria uma decisão sobre o assunto ainda esta semana. Nesse período de espera, Correa assegurou que analisou uma enorme quantidade de material sobre legislação internacional para adotar um posicionamento responsável. A agência holandesa de notícias BNO teve acesso ao Ministério das Relações Exteriores do Equador, que alega que ainda não tomou uma decisão sobre o pedido de Assange.

No documento que entregou à época às autoridades diplomáticas equatorianas, Assange diz que considera "impossível" seu retorno a seu país de origem após a "lamentável declaração efetiva de abandono" recebida pelo governo da Austrália.

A Suprema Corte britânica anunciou em junho que o recurso feito por Assange após ser condenado à extradição para a Suécia foi negado. Com isso, não restavam mais possibilidades de reversão da sentença do jornalista dentro da Justiça do Reino Unido.

Com a apelação julgada “sem mérito” pelos magistrados britânicos e com a autorização para extradição, a equipe de advogados de Assange havia ficado apenas com a opção de recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos em Estrasburgo. "A Corte Suprema do Reino Unido desestimou o pedido apresentado por Dinah Rose, advogada do Sr. Julian Assange, que buscava reabrir sua apelação", declarou a máxima instancia judicial do país na ocasião.

Os magistrados haviam aprovado a extradição de Assange no fim do último mês de maio. Contudo, sua defesa decidiu reabrir imediatamente a causa requerendo a revisão da sentença que autorizava a extradição.

O fundador do Wikileaks, que revelou milhares de documentos confidenciais da cúpula política, diplomática e militar dos EUA, foi detido em Londres mediante uma ordem de extradição movida pelas autoridades da Suécia. Durante todo o decorrer de seu julgamento, viveu sob fortes medidas de segurança na mansão de um amigo seu no sudeste da Inglaterra. Ele recorreu da decisão ao Supremo depois de o Tribunal Superior aprovar seu envio à Estocolmo em novembro do ano passado.

Fonte: Opera Mundi