Imprensa síria destaca chamada de Patriarca Maronita pelo diálogo

O Patriarca Maronita, Bishara Rahi, exortou à comunidade internacional a fazer todo o possível para encontrar uma solução política adequada à crise na Síria através do diálogo e a reconciliação, destacou nesta sexta-feira (17) a imprensa local.

Segundo a agência síria de notícias SANA, durante sua visita à região de Akkar, no Líbano, a Rahi declarou: "somamos nossa voz a de Papa Bento 16 e fazemos um chamado a fazer todo o possível para conseguir a paz na Síria".

O diálogo e a reconciliação devem prevalecer com o fim de encontrar uma solução política adequada à crise, sublinhou o prelado.

A televisão local também abordou as declarações do ministro de Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, quem assegurou que a decisão de suspender a permanência da Síria na Organização de Cooperação Islâmica (OCI) é injusta e incompatível com a Carta da Organização.

Salehi sublinhou que essa ação é incompatível com a Carta da OCI e que a organização deveria ter convidado o governo sírio para assistir à reunião antes de adotar semelhante decisão, para que os Estados membros pudessem escutar a postura oficial da Síria.

Segundo Salehi, a lógica implica a necessidade de convidar às autoridades de Damasco à reunião e propor um mecanismo ao governo e à oposição para tirar o país da crise e resolver os problemas.

Alguns analistas consideram que a medida da organização islâmica é um passo a mais para adotar ações mais fortes contra a nação do Levante no momentos em que o Conselho de Segurança da ONU se dispõe a finalizar a missão de observação internacional em Damasco.

Explosões e disparos de armas pesadas

O ruído de disparos de armas de grosso calibre, supostamente dirigidos contra esconderijos de quadrilhas armadas em uma área de granjas na periferia da cidade, acordou os residentes em Damasco nesta sexta-feira (17).

No bairro de Mezzeh, ao oeste da capital, desde as 5 horas, escutaram-se disparos de fuzilaria, metralhadoras e esporádicas explosões causadas por armas de grosso calibre (talvez tanques ou canhões).

Possivelmente a operação teve lugar próximo a zona do aeroporto militar, ao sudoeste deste bairro, a uns 10 quilômetros do centro da capital, ainda que em certas ocasiões os disparos foram escutados mais próximos, para onde termina a Avenida Mezzeh.

Ali existem edifícios onde residem militares e que, segundo fontes consultadas, foram alvo de disparos de um numeroso grupo de insurgentes.

Foram mais de meia hora de tiroteios, escutados por pessoas que – das varandas dos edifícios residenciais que rodeiam a área onde a Imprensa Latina tem seu escritório, observaram o desenvolvimento dos acontecimentos.

Por volta das 6 horas local, o voo de um helicóptero, nos primeiros raios solares do dia, fez alguns olharem para o céu, talvez para recordar os acontecimentos do passado 19 de julho, quando uma nave elevada a uns 150 metros, bem perto do escritório da Imprensa Latina, disparava pequenas rajadas de metralhadoras contra granjas próximas, a uns 300 metros.

O helicóptero começou a disparar e projéteis surcavam o céu para as estâncias, localizadas a menos de um quilômetro da Avenida de Mezzeh, relativamente próximo de onde antes se encontrava a Embaixada da Venezuela e outras delegações diplomáticas.

Depois de várias voltas, algumas disparando e outras ao que parece em missão de reconhecimento, o aparelho aéreo se afastou da zona por volta dass 6 horas local.

Às 7 horas da manhã o tráfico começou a fluir lentamente. Os vizinhos, todos curiosos, se reuniram em estacionamentos para perguntar para onde foi a operação e alguns apontaram para a zona de onde disparava o helicóptero.

A normalidade volta a esta parte da capital síria e não se escutam estouros ou ruídos que indiquem mais confrontos, como parte das operações de limpeza que desde três semanas as forças governamentais executam contra bandas armadas, às quais qualificam de terroristas.

Fonte: Prensa Latina