OEA decidirá se chanceleres serão convocados no caso Assange

O Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) se reunirá nesta sexta-feira (17), em Washington, para submeter à votação a proposta equatoriana de convocar um encontro de chanceleres para o próximo dia 23.

A decisão adotou-se pouco antes de concluir a sessão extraordinária celebrada nesta quinta-feira (16), onde discutiu-se as ameaças do Reino Unido contra a integridade da Embaixada do Equador em Londres.

María Isabel Vitória, representante permanente do Equador ante a OEA, solicitou a reunião de chanceleres depois que seu país recebeu fortes ameaças por parte do Reino Unido.

A atitude ameaçadora britânica aflorou depois de Quito outorgar asilo ao jornalista australiano Julian Assange, fundador de Wikileaks, que permanece refugiado na sede diplomática de Equador, em Londres, desde junho.

Autoridades londrinas afirmam não reconhecer a proteção dada pelo Equador ao comunicador australiano e ameaçam invadir a embaixada e prender Assange, quem teme ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de supostos delitos sexuais e daí aos Estados Unidos.

A convocação equatoriana para a realização de uma reunião urgente da OEA foi respaldada pela maioria dos países da área, são eles: México, Colômbia, Chile, Peru, Venezuela, Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.

Estados Unidos e Canadá não concodaram com a proposta de Quito por considerar irrelevante o caso.

Durante suas intervenções, a maioria dos embaixadores latino-americanos defendeu a "inviolabilidade dos locais destinados à diplomacia" tal qual determinou a Convenção de Viena.

Por sua vez, Philip Barton, observador permanente do Reino Unido ante a OEA, disse que seu governo "não considera que ameaças estajam ocorrendo" à Embaixada de Equador.

Barton agregou que, segundo as leis do Reino Unido, "temos a obrigação vinculante de extraditar a Assange à Suécia", e sublinhou que sua postura não se refere à atividade de WikiLeaks nem à de Washington.

Ao conhecer a decisão do governo do Equador de conceder asilo a Assange, o chanceler britânico, William Hague, considerou que “não há razões legais para outorgar um salvo-conduto, e disse que seu país não reconhece o conceito de asilo diplomático" outorgado.

Fonte: Prensa Latina