Movimento dos Países Não Alinhados representa fracasso dos EUA

Líderes políticos do Irã afirmaram, nesta segunda-feira (20), que a força do Movimento dos Países Não Alinhados (Mnoal) prova o fracasso da aventura estadunidense, enquanto chefes militares consideraram a próxima cúpula a ser realizada em Teerã uma forma de derrotar potenciais ameaças do Ocidente.

O deputado Gholam Alí Haddad-Adel avaliou que o fórum de países surgido em 1961 em Belgrado frustrou tentativas de governos ocidentais de conseguir concessões das nações em desenvolvimento e reduziu a tendência dos Estados Unidos de influenciar diretamente nas sociedades humanas.

Segundo Haddad-Adel, uma prioridade dos Noal é alertar sobre a "aventura estadunidense", e o surgimento no último um ano e meio de movimentos de despertar islâmico em países do Oriente Médio, como são definidas as revoltas árabes, é considerado outro fracasso de Washington.

"A ascensão do movimento islâmico na região e a coincidência da cúpula dos Noal com a crise mundial desempenharão um papel crucial para abordar ambos os processos", indicou o parlamentar em alusão à reunião de chefes de Estado e Governo prevista para a próxima semana.

Apesar das demoras em processos de credenciamentos e outros aspectos logísticos, o Irã afirmou ter tudo pronto para receber os presidentes, chanceleres e especialistas que debaterão, de 26 a 31 de agosto, uma ampla agenda de temas de grande impacto mundial e regional, alguns ligados ao país persa.

Proteção

Em um comunicado emitido em Teerã, o chefe do birô político do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (CGRI), general Yadollah Javani, afirmou que a reunião dos presidentes de 118 países membros dos Noal ajudará também na distensão.

Concretamente, o chefe militar apontou que o evento "ajudará a diminuir as ameaças potenciais contra a República Islâmica, enquanto a cúpula sessionará em meio a uma guerra psicológica contra Teerã e todas as tentativas dos inimigos de pressionar o país".

A respeito, Javani chamou as autoridades iranianas a aproveitar a cúpula dos Noal para "reverter os efeitos das sanções ocidentais" à nação persa, "firmando vários acordos econômicos paralelamente à reunião.

O deputado Arsalan Fathipour, chefe da comissão econômica do Majlis (parlamento iraniano), também assinalou que a cúpula será "uma excelente oportunidade para que o país enfrente as sanções ilegais do Ocidente".

Fathipour indicou que os funcionários governamentais iranianos devem explicar em suas reuniões com delegados estrangeiros a natureza ilegal dessas medidas punitivas e lhes falar para conseguir que as sanções sejam ineficazes.

O Irã está submetido a quatro pacotes de sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU por pressões estadunidenses e europeias para forçá-lo a renunciar a seu programa nuclear pacífico, diante da acusação de que persegue propósitos militares, o que Teerã nega.

Prensa Latina