Ex-governador Arruda condenado por violar painel do Senado

José Roberto Arruda teve sua primeira derrota na Justiça. O ex-governador do Distrito Federal foi condenado por violar o painel eletrônico do Senado Federal em 2000, quando ocupava uma das cadeiras.

O episódio ficou marcado pelo pedido de desculpas do então senador, que falou à população com direito a lágrimas nos olhos. Com a absolvição do povo, Arruda foi eleito governador da capital federal e hoje é acusado de liderar o esquema de pagamento de propina conhecido como Mensalão do DEM.

Na condenação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, foi determinada a suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Ele também não poderá receber benefícios fiscais do poder público nem participar de contratos. O ex-governador vai sentir o peso da Justiça no bolso: foi aplicada a pena de multa de cem vezes o salário de senador na época do incidente. Até o pagamento da dívida, todos os seus bens estão indisponíveis.

A decisão afirma que Arruda e outras três pessoas agiram na "calada da noite", e tiveram o cuidado de "não deixar vestígios". Em sua sentença, o juiz considerou "sentimento de descrédito", "desconfiança" e "desmoralização do sistema político".

A condenação foi publicada no Diário da Justiça do Distrito Federal no dia 16 de agosto. Outras três pessoa também foram punidas.

Caixa de Pandora

Em junho, foram denunciadas 37 pessoas pelo esquema de pagamento de propina conhecido como Mensalão do DEM. Entre eles, está o governador da época, José Roberto Arruda, o vice-governador, Paulo Octávio, e alguns deputados distritais.

De acordo com a denúncia do procurador-geral da República, Gurgel, Arruda receberia 40% da propina, Paulo Octávio 30%, e os secretários de estado, 10%, porém os valores podiam variar de acordo com o processo. O caso ficou conhecido por meio do delator Durval Barbosa, que filmou várias cenas de corrupção, entre elas a da oração da propina.

No último dia 10, o Superior Tribunal de Justiça determinou prazo de quinze dias, a vencer em 25 de agosto, para apresentação das defesas. A decisão sobre uma possível ação penal será tomada pelo Supremo Tribunal Federal.