Lugo diz que não pretende se candidatar à Presidência

Destituído do poder em junho após um processo-relâmpago de impeachment, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo disse nesta segunda (20) que não concorrerá às eleições presidenciais de 21 de abril de 2013. Ele afirmou que deve se concentrar na organização de grupos de esquerda no país. Há alguns dias, contudo, ele havia sinalizado que pretende disputar uma vaga ao Senado.

"Em nenhum momento eu disse que queria ser candidato. Sou eu que tenho que decidir isso e eu não disse isso. Não tenho intenção de voltar a candidatar-me à Presidência da República", indicou.

Segundo o ex-presidente, ele irá se dedicar a fortalecer a Frente Guaçu, para garantir a vitótria nas urnas de seu candidato, que ainda não foi escolhido. Desta forma, Lugo põe fim à onda de especulações que tomou conta do país, com integrantes da frente confirmando a sua postulação e outros a desmentindo.  

Um porta-voz do ex-presidente também confirmou a decisão de Lugo. "Fernando Lugo vai exercer o papel de líder da construção da Frente. Ele analisa possivelmente a candidatura para senador", declarou Hugo Richer, dirigente da coalizão e ex-membro do gabinete de Lugo, em entrevista a uma rádio local.

Está previsto que a Frente Guaçu se pronuncie nesta terça (21) sobre a decisão de Lugo, assim como sobre a participação nos comícios do Tribunal Eleitoral, cuja cúpula, segundo denúncia, está formada por simpatizantes do novo governo.

Até então, era aguardada uma decisão da Justiça Eleitoral do Paraguai sobre a consulta que Lugo fez perguntando se poderia concorrer à Presidência da República, em abril de 2013. Para setores do atual governo do presidente Federico Franco, a candidatura de Lugo não é possível, já que não existe reeleição no país.

Em 22 de junho, Lugo foi submetido a um processo de impeachment na Câmara e no Senado e, em menos de 24 horas, perdeu o poder. Para os líderes sul-americanos, houve o rompimento da ordem democrática no Paraguai e o país acabou suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A destituição de Lugo causou protestos não só no Paraguai como em outros países. 

Com agências