Governo estuda punição para o que chama de excessos da greve

"Posto PRF fechado! Passagem livre para tráfico de drogas e armas: esta é a resposta do governo federal para a segurança pública!". A frase estava estampada em uma faixa colocada em um posto da Polícia Federal na Via Dutra, na cidade de Penedo, no Rio de Janeiro. Também houve um protesto semelhante na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu.A presidenta Dilma Rousseff pretende punir os servidores que se excederem nos protestos.


foto: Correio Braziliense

Na quarta-feira (23), também houve mais filas em aeroportos do País por conta de operações da PF. Para tais comportamentos, Dilma diz a interlocutores que aguarda punição "exemplar" por parte do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A conduta da PF está sendo investigada pela Pasta, informou Cardozo. "Liberdade de expressão é uma coisa e desrespeito à lei é outra. E o Ministério da Justiça não tolerará o desrespeito à lei", afirmou.

Leia também:
Servidores federais reagem ao corte de salário do governo
 

Segundo o Sindicato da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro, os agentes se reuniram ontem e têm novo encontro marcado para hoje com representantes do Ministério do Planejamento e do comando nacional de greve como parte das rodadas de negociação para discutir a pauta de reivindicações. O governo ofereceu, assim como para diversos outros setores, o reajuste de até 15,8% para a categoria, pagos em três anos.

Os trabalhadores reivindicam reestruturação da carreira, a partir do reconhecimento da exigência do nível superior para todos os cargos e funções da PF, desde 1996, com a redação de uma legislação específica, além de remanejamento das funções de papiloscopista, agente e escrivão para as tabelas de salários para carreiras do ensino superior, preparadas pelo Planejamento.

O presidente do SindPRF-RJ, Marcelo Novaes, negou que o movimento tenha afixado cartazes em postos da PRF anunciando passagem livre para o tráfico de drogas e armas. Segundo ele, a faixa com a mensagem já foi retirada e os cartazes foram afixados há mais de dez dias – antes mesmo da adesão da categoria à greve. O objetivo do protesto, de acordo com Novaes, era chamar a atenção da sociedade e do governo federal para a precariedade das instalações e condições de trabalho dos agentes.

Atualmente, o Rio de Janeiro conta um efetivo de 450 policiais para fiscalizar as rodovias federais fluminenses, número que para o sindicato da categoria deveria ser triplicado. Na última terça-feira, os policiais rodoviários federais que ocupam cargos de chefia no Rio de Janeiro entregaram suas funções em um ato de protesto pela falta de diálogo com a categoria, que reivindica um plano de reestruturação de cargos e salários, além de abertura de concurso público. Dos 56 chefes de departamento no estado, 53 já entregaram os cargos.

Com Agência Brasil