Partidos centroamericanos recusam bloqueio dos EUA contra Cuba

Partidos políticos centroamericanos manifestaram, na Guatemala, aqui sua rejeição ao bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto há mais de meio século pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba.

Por Camila Carduz

Bloqueio a Cuba (charge)

Dirigentes partidários qualificaram essa medida de Washington de criminosa e injusta em declarações à Prensa Latina durante a realização do III Congresso da União Revolucionária Nacional Guatemalteca (URNG), que terminou ontem (25) na Guatemala.

"Nós achamos que o bloqueio é injusto", disse a deputada da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN) María López, que instou aos povos e as organizações políticas a somar à luta para levantar o cerco.

A FMLN trabalha há muitos anos para que Washington entenda que a medida prejudica o povo cubano, as crianças, às mulheres, a essas pessoas que vivem de uma maneira humilde.

Para Jacinto Suárez, secretário de Relações Internacionais da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), esse cerco econômico está desprestigiado, mas mesmo assim, é mantido.

E portanto, disse, "enquanto o sustentarem, nós seguiremos lutando com mesmo afinco para que termine".

"É algo criminoso. Por que se tem que castigar a uma população? É uma violação dos mais elementares direitos humanos", comentou o delegado da FSLN.

Por sua vez, o secretário-geral de URNG, Héctor Nuila, disse que em nome da organização que encabeça enviou uma carta ao Papa Bento XVI, dias antes de sua visita a Cuba no final de março passado, na qual lhe pedia que se pronunciasse contra o bloqueio.

Um total de 186 países apoiou em 2011 uma resolução cubana apresentada na Assembléia Geral da ONU para terminar o bloqueio imposto pelos Estados Unidos à ilha caribenha há mais de cinco décadas.

A maioria dos cubanos nasceram após essa disposição extra-territorial e sentem os efeitos da mesma na alimentação e na saúde, principalmente.

Como parte dessa política, em 12 de junho passado o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesoro dos Estados Unidos (OFAC, na sigla em inglês), anunciou a imposição de uma multa de 619 milhões de dólares à instituição bancária holandesa ING Bank.

Washington sancionou essa entidade por tramitar, em conjunto com suas subsidiárias na França, Bélgica, Holanda e Curação, transações financeiras e comerciais de empresas cubanas.

Este é a maior recarrega da OFAC em toda sua história, por alegadas violações dos regimes de castigos unilaterais vigentes contra diversas nações.

De acordo com autoridades cubanas, a medida unilateral de Washington tem provocado perdas na ilha superiores aos 975 bilhões de dólares.

Fonte: Prensa Latina