Começam nesta quinta as disputas nas Paralimpíadas de Londres

A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, que contou com a participação de 580 pessoas e contagiou a população inglesa com o espírito do esporte adaptado, aconteceu nesta quarta-feira (29) com a entrada da tocha no Estádio Olímpico de Londres para o acendimento da Pira, após o símbolo ter feito uma jornada de 24 horas pelas ruas da capital britânica. O Brasil foi representado na celebração pelos atletas Clodoaldo Silva (natação) e Ádria Santos (atletismo).

Começa nesta quinta as disputas nas Paralimpíadas de Londres - Ministério do Esporte

Os 182 atletas brasileiros que participam dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 vão disputar a partir desta quinta-feira (30), medalhas em 18 modalidades, das 20 que fazem parte da competição. Para os amantes do esporte, que acompanham todos os jogos, é relevante conhecer as modalidades, suas especificidades e o talento dos atletas que podem fazer a diferença e levar o Brasil ao alto do pódio, nos próximos dias.

Nesta edição, o revezamento da tocha paralímpica começou no dia 22 de agosto, na Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte simultaneamente. Depois, os quatro fogos se uniram em uma única chama na cidade inglesa de Stoke Mandeville, onde nasceu o paradesporto.

A velocista Ádria Santos, que recebe o benefício do programa Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte, demonstrou a alegria em participar do revezamento. “Para mim é um orgulho e uma emoção muito grande representar a nação brasileira aqui em Londres. Quando passamos por esse tipo de momento vem toda a nossa história no esporte. Aí, percebo por que eu estou aqui”, disse.

A bolsista, que carrega no currículo 13 medalhas em Jogos Paralímpicos, ficou de fora dos Jogos britânicos. Ádria não conseguiu se recuperar de uma lesão no menisco a tempo de disputar a competição.

Maior medalhista feminina paralímpica brasileira, a velocista é especialista nas provas de 100m rasos, 200m rasos e 400m rasos. Para a atleta, o benefício do programa do governo federal ajuda a desenvolver o esporte adaptado no país. “O Bolsa-Atleta, ajuda muitos atletas. Hoje, eu só tenho esse benefício e é ele que me ajuda a comprar suplemento e o que for necessário para os meus treinamentos”, completou.

Confira as provas paralímpicas:

Atletismo – Participam das competições atletas com deficiência física e visual, de ambos os sexos. As provas acontecem de acordo com a deficiência dos competidores e se dividem em corridas, saltos, lançamentos e arremessos.

Bocha – Competem na bocha paralímpica atletas com paralisias cerebrais severas que utilizam cadeira de rodas. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de jack (conhecida no Brasil como bolim). É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte: individual, duplas ou equipes.

Esgrima em cadeira de rodas – Requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência locomotora. Uma das peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma como são computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta foi tocado.

Futebol de cinco – É exclusivo para cegos ou deficientes visuais, mas o goleiro tem visão total. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. Os jogadores usam uma venda nos olhos e se a tocar é falta. Há ainda um guiaque fica atrás do gol, para orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. Diferentemente dos estádios, com a torcida gritando, as partidas de futebol de cinco são silenciosas, em locais sem eco. A torcida só pode se manifestar na hora do gol.

Tênis de mesa – Participam atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre atletas andantes e cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em duplas ou por equipes.

Tênis em cadeira de rodas – Homens e mulheres disputam medalhas nas quadras em duplas ou individual.

Judô
– A estreia em Paralimpíadas foi em 1988, em Seul. À época, somente lutavam os homens com deficiência visual. E assim foi em Barcelona, Atlanta e Sydney. Atenas 2004 marca a entrada das mulheres nos tatames paralímpicos. Em 1987, os judocas brasileiros participaram pela primeira vez de uma competição internacional, o Torneio de Paris. Desde quando a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Paralímpicos, o país demonstra ser uma das maiores potências do planeta.

Natação – Na natação, competem atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual) em provas como dos 50m aos 400m no estilo livre, dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. As provas são divididas na categoria masculino e feminino.

Vela adaptada – Pessoas com deficiência locomotora ou visual podem competir na modalidade. Três tipos de barco são utilizados nas competições paralímpicas: o barco da classe 2.4mR tripulado por um único atleta; o barco da classe sonar, com 3 atletas; e o barco SKUD-18 para 2 tripulantes paraplégicos, sendo obrigatoriamente 1 tripulante feminino.

Tiro esportivo – Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino. As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar.

Ciclismo – Atletas com paralisia cerebral, deficiência visual, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, competem no ciclismo. Existem duas maneiras de ser praticada: individual ou em equipe. bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para quem tem paralisia cerebral, segundo o grau de lesão. O ciclista cego compete em uma bicicleta dupla – conhecida como “tandem” – com um guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é “pedalada” com as mãos: é o handcycling.

Futebol de sete – O futebol de sete é praticado por atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.

Goalball –Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência – neste caso a visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei e os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária. A bola tem um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo.

Halterofilismo – Na primeira vez em uma Paralimpíada em Tóquio 1964, a deficiência dos atletas era exclusivamente lesão da coluna vertebral. Hoje, competem atletas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As categorias são subdivididas pelo peso corporal de cada um. São dez categorias femininas e dez masculinas.

Hipismo – O hipismo paralímpico é praticado por atletas com vários tipos de deficiência, em cerca de 40 países. A competição de Hipismo é mista, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas. Outra característica da modalidade é que não só os competidores recebem medalhas, mas os cavalos também.

Voleibol sentado – A fusão do voleibol convencional e o sitzbal, esporte alemão que não tem a rede, praticado por pessoas com mobilidade limitada e que jogam sentadas, resultou no voleibol sentado. Na modalidade, podem competir amputados, atletas com paralisia cerebral, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora.

Basquete em cadeira de rodas – A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma deficiência físico-motora. As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico.

Remo
– passou a ganhar maior notoriedade e se tornou um esporte competitivo nos últimos 200 anos. Pessoas com deficiência física, mental e deficientes auditivos podem participar das competições. O remo é o caçula das modalidades do quadro de esportes paraolímpicos. Ele entrou no programa em 2005.

Da Redação em Brasília
Com informações do Ministério do Esporte