Estimativa de crescimento da economia cai; inflação tem nova alta

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) reduziram pela quinta semana seguida a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, passou de 1,73% para 1,64%. Para 2013, a projeção foi mantida em 4%. As informações estão no boletim Focus, publicação semanal do BC feita com base em estimativas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

As projeções para a retração da produção industrial, este ano, têm piorado há 14 semanas. Desta vez, a estimativa de queda passou de 1,55% para 1,78%. No próximo ano, a expectativa é que haverá recuperação, com crescimento de 4,5%.

A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi mantida em 35,25%, este ano, e em 34%, em 2013.

A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano permanece em R$ 2, tanto para 2012 quanto para 2013. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 18 bilhões para US$ 18,04 bilhões, neste ano, e permanece em US$ 15 bilhões, em 2013.

Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa foi ajustada de US$ 58,71 bilhões para US$ 58,8 bilhões, este ano, e mantida em US$ 70 bilhões, em 2013.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 55 bilhões, este ano, e passou de US$ 59 bilhões para US$ 59,01 bilhões, em 2013.

Inflação

Já a projeção de analistas para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para este ano, subiu pela oitava semana seguida, ao passar de 5,19% para 5,2%. Para 2013, também houve alta, de 5,5% para 5,51%.

O IPCA é o índice escolhido pelo governo para acompanhar a meta de inflação. Essa meta tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, as estimativas para o IPCA estão acima do centro da meta, mas abaixo do limite superior de 6,5%.

A meta de inflação é um alvo do Banco Central que usa, como um dos instrumentos para calibrar os preços e influenciar a atividade econômica, as alterações na taxa básica de juros, a Selic. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC voltou a reduzir a taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, para 7,5% ao ano. A Selic vem sendo reduzida desde agosto do ano passado.

Os analistas esperam mais um corte na Selic este ano. Desta vez, de 0,25 ponto percentual. Para 2013, a expectativa é que a taxa suba. A projeção para o final do próximo ano passou de 8,25% para 8,5% ao ano.

A pesquisa do BC também traz estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 4,32% para 4,38%, este ano, e de 4,71% para 4,8%, em 2013.

A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 8,16% para 8,17%, este ano, e de 5% para 5,01%, em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção subiu de 7,85% para 8,03%, em 2012. Para 2013, a projeção para o índice permanece em 5%.

A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 3,5%, neste ano, e em 4,3%, em 2013.

Fonte: Agência Brasil