Ananias: campanha sem controle exige financiamento público  

O financiamento público de campanha voltou a ser apresentado, em discurso no Plenário da Câmara, esta semana, como solução para as mazelas que são identificadas na campanha eleitoral. O deputado João Ananias (PCdoB-CE) disse, em discurso, que “se as doações não estão acontecendo oficialmente, são feitas ‘por baixo dos panos’, o que é muito pior, pois foge completamente do controle dos órgãos fiscalizadores e do conhecimento da sociedade”.

"Como forma de coibir essa hipocrisia, defendo com veemência o financiamento público de campanha, que poderia minorar o atrelamento e a promiscuidade entre poder econômico e mandatos”, afirmou Ananias.

Ele diz ainda, afastando os argumentos contrários à proposta, por não concordarem que se destinem recursos públicos para tal fim, que sairia muito mais barato “que a soma dos favorecimentos e corrupção gerados pelo modelo atual”.

Para ele, “as elites, donas do poder econômico em nosso Brasil, não querem ouvir falar em financiamento público de campanha, pois as colocariam em iguais condições com candidaturas populares. Isto poderia equilibrar a tão desigual correlação de forças entre mandatos comprados, dos conquistados pelo voto livre e espontâneo do nosso povo”, avalia.

E destacou o momento propício da publicação de matéria da Revista IstoÉ intitulada "Tesoureiros em Apuros", que trata das dificuldades nas arrecadações de recursos financeiros para campanhas eleitorais deste ano. Segundo9 o parlamentar, é importante que diante dos números informados, a sociedade brasileira compare com os fatos e tire suas conclusões.

“Como e com dinheiro de quem estão tocando, de vento em popa, as campanhas?”, indaga Ananias, afirmando que “não cabe na cabeça de ninguém, minimamente racional, que os valores apresentados para exemplificar, certamente pelas coordenações das referidas campanhas, representem a realidade”.

A matéria, de 29 de agosto último, atribuiu o fato “a má reputação dos arrecadadores de dinheiro, contaminada por suspeitas de negócios escusos". No decorrer da matéria, é colocado que a CPI do Cachoeira e o julgamento do mensalão, contribuem para que a fama dos tesoureiros se agrave ainda mais. Por conta disso, as empresas estariam hesitando em fazer doações.

De Brasília
Márcia Xavier