Filme Independência ou Morte: ufanismo ou crítica a ditadura ?

Dirigido por Carlos Coimbra, o longa brasileiro Independência ou morte, lançado em 1972, levou quase 3 milhões de expectadores ao cinema. Mesmo depois da morte do diretor, em 2007, a polêmica acerca do posicionamento do filme sobre a ditadura militar permanece acesa. Há quem diga que o filme é ufanista, há quem diga que o filme é crítico aos anos de chumbo.

O filme, lançado no ano do sesquicentenário da Independência, foi tido, em alguns setores, como uma espécie de obra oficial do regime: leia-se, da ditadura de Emilio Garrastazu Médici. Porém, para o romancista Ignácio de Loyola Brandão, em sua coluna no jornal O Estadão de S.Paulo, na ocasião da morte do diretor Carlos Coimbra, refutou essa hipótese.

Escreveu Loyola Brandão: “Lembro-me quando foi lançado Independência ou Morte e ele (Coimbra) foi criticado como um homem a serviço da ditadura, por causa do ‘patriotismo’ que, dizem, ele pregava. Tolices da época. Quem viu o filme sem isenção sabe que não era patriotismo coisa nenhuma, era apenas um filme histórico destinado a contar uma história com personagens curiosos como dom Pedro I, um conquistador inveterado, a marquesa de Santos, o Chalaça e outros. O público gostou, compareceu.”

Independente do posicionamento do filme, vale a pena aproveitar este 7 de setembro para conferir esta que foi uma das produções mais caras e mais bem acolhidas pelo público na história do cinema brasileiro. Afinal, rever o filme nos dias de hoje pode ser muito salutar a quem não foge de uma boa polêmica.

Da redação, com agências