Holanda realiza eleição antecipada tentando superar crise

A Holanda realiza nesta quarta-feira (12) eleições legislativas antecipadas, depois de uma campanha marcada pela crise financeira na zona do euro e pela disputa entre os liberais de direita (VVD) e os trabalhistas (PVDA), que poderiam formar uma coalizão.

Cerca de 13 milhões os cidadãos estão convocados a votar. As urnas se abriram às 7h30 (5h30 GMT) e ficarão funcionando até as 21h (19h GMT).

Segundo o primeiro cálculo da empresa Synovate, o comparecimento às urnas nos Países baixos se mantém no mesmo nível que nas eleições legislativas de 2010, quando a participação final da população foi de 74,4 por cento.

De acordo com estimativas preliminares, por volta das 11h (9h GMT), 13 por cento do eleitorado tinham exercido o seu direito de voto.

Grande parte dos holandeses depositou seu voto em uma das 40 estações ferroviárias onde as estações de voto foram instaladas, assim como também o foram no aeroporto internacional de Amsterdã-Schiphol.

A votação em todos os municípios ocorrerá manualmente, com o lápis vermelho tradicional, tal como aconteceu nas eleições de 2010.

As últimas pesquisas prevêem um empate entre os liberais, agora no poder, e os trabalhistas, que seriam seguidos pelos chamados eurocépticos (SP) e pela agrupação de extrema direitra antimuçulmana (PVV), como terceira e quarta forças políticas, respectivamente.

A campanha eleitoral terminou na noite de ontem, com um debate televisionado, no qual foram repassados os principais temas eleitorais: a via de saída à crise e a posição da Holanda na União Europeia (UE).

O liberal Mark Rutte pediu aos eleitores que lhe concedessem a oportunidade de concluir o trabalho realizado durante os últimos dois anos, nos quais seu governo (aliado com a democracia cristã e os antimuçulmanos) aplicou cortes orçamentários de um total de 30 bilhões de euros, que castigaram os trabalhadores.

No debate, Rutte e seu oponente trabalhista, Diederik Samsom, deixaram uma via aberta para carimbar um possível pacto pós-eleitoral, lembrando que a Holanda é "um país de coalizões".

A eventual aliança entre liberais e trabalhistas teria que ser reforçada por outros partidos, a fim de reunir os 75 assentos necessários para governar em um parlamento de 150 lugares. A Holanda realizou cinco eleições nos últimos 10 anos, e, em abril passado, presenciou a queda do governo, quando os antimuçulmano se retiraram das negociações para aprovar um pacote adicional de cortes, o que levou a antecipar as eleições gerais.

Com agências