Morte de embaixador leva política externa à campanha dos EUA

A morte de J. Christopher Stevens, embaixador dos Estados Unidos na Líbia, colocou a política externa norte-americana no centro da eleição presidencial do país. Tema secundário até o momentonas campanha de Barack Obama e Mitt Romney, ele apareceu com força nas declarações dos dois candidatos nesta quarta-feira (12)

A troca de farpas entre as duas campanhas começou com críticas de Romney à reação da Casa Branca aos ataques sofridos por representações do país não só na Líbia, com outros três mortos além de Stevens, mas também no Egito. O estopim para os protestos foi a divulgação de um vídeo considerado ofensivo por milhares de religiosos.

“Foi vergonhoso. Eles claramente enviaram mensagens confusas ao mundo”, afirmou o republicano, acrescentando que o direito constitucional de liberdade religiosa e de expressão havia sido interpretado erroneamente pelo presidente.

Em poucos minutos, a equipe de campanha democrata lamentou a politização das mortes. E algumas horas depois, foi a vez do próprio Obama atacar o adversário.

“Como presidente, uma das coisas que aprendi é que não se pode atirar antes de apontar e Romney parece ter uma tendência a fazer isso. Como já se sabe, é importante garantir que as declarações sejam respaldadas pelos fatos”, afirmou o presidente à emissora CBS.

Questionado se as declarações do republicano poderiam ser classificadas como irresponsáveis, Obama fez uma referência à eleição de 6 de novembro ao dizer que “o povo norte-americano é quem deve julgar isso”.

A importância do episódio foi tamanha que o jornal The New York Times analisou o caso como um “teste para Romney responder de forma rápida a um acontecimento internacional”. Dependendo da reação e do interesse do eleitorado norte-americano, os candidatos podem voltar a discutir temas de política externa ou retomar a pauta focada na economia e no desemprego.

Com Opera Mundi