Venezuela: deputado da oposição é flagrado ao receber suborno
Um novo terremoto político sacudiu nesta quinta-feira (13) a cúpula opositora da Venezuela e seu principal candidato, Henrique Capriles, após a denúncia contra um de seus colaboradores mais próximos, o deputado Juan Carlos Caldera, por receber suborno.
Publicado 13/09/2012 18:23

Foto:Opera Mundi
Além de deputado na Assembleia Nacional pelo partido Primeiro Justiça, Caldera é candidato a prefeitura do município de Sucre, do vizinho estado Miranda e representante do comando de campanha de Capriles ante o Conselho Nacional Eleitoral.
Um grupo de deputados do governante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) liderado pelo deputado Julio Chávez, denunciou a corrupção de Caldera, que aparece em um vídeo recebendo dinheiro proveniente do exterior e instruções de como atuar.
Caldera e o mensageiro que lhe entrega o dinheiro falam de preparar um encontro entre a pessoa que o que está no exterior, a que se identifica como “o chefe” e Capriles, mas fora do território nacional, alegando “motivos de segurança”.
Os objetivos do suborno não foram definidos na conversa que o deputado sustentou com seu interlocutor, que não foi identificado, mas é evidente que estão relacionados com a campanha eleitoral e não se descarta que esteja destinado para financiar ações desestabilizadoras da oposição.
Após apresentar a denúncia, os deputados socialistas entregaram as provas para a o Parlamento e o presidente do Poder Legislativo, Diosdado Cabello, assegurou que serão colocadas a disposição dos organismos competentes. Cabello disse que a diretoria da Assembleia nomeará uma comissão especial para investigar os atos que aparecem no vídeo.
“Tem que verificar para que é este dinheiro e por que Caldera o recebe desta maneira tão discreta e escondida, porque se é legal o receberia em uma praça”, sustentou.
Em uma reação quase imediata, Capriles convocou uma coletiva de imprensa, transmitida ao vivo pela televisão privada Globovisión, na qual negou estar vinculado com o ato de corrupção de um de seus mais próximos colaboradores.
“Não estou no pântano da corrupção”, disse o candidato opositor e agregou que ninguém pode utilizar seu nome para benefícios pessoais, em referencia a Caldera, que declarou separado do Partido Primeiro Justiça, que o próprio Capriles lidera.
Estes atos se somam aos protagonizados, primeiro pelo ex-governador do estado de Anzoátegui, David de Lima, e depois pelo parlamentar pelo partido Um Novo Tempo, William Ojeda, que foram expulsos por denunciarem o programa de governo de Capriles.
Pelos perigos do programa de corte abertamente neoliberal, mantido até pouco tempo em segredo, quatro partidos decidiram, na terça-feira passada (11) retirar seu apoio eleitoral ao candidato opositor.
Fonte: Prensa Latina