Dívida pública espanhola bate todos os recordes

A dívida pública espanhola alcançou 75,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano, muito acima do permitido pela União Europeia (UE), informou nesta sexta-feira o Banco da Espanha.

O endividamento das administrações públicas (Estado, regiões autônomas e municipalidades) cresceu 3,8 por cento em comparação ao primeiro trimestre de 2012, atingindo a cifra de 804,3 bilhões de euros, o que equivale a 75,9 por cento do PIB.

Segundo dados do banco central, trata-se do nível mais alto de toda a série histórica, que começou em 1990, e supera pela primeira vez a casa dos 800 bilhões de euros.

Em comparação com o segundo trimestre de 2011, a dívida do conjunto das administrações públicas aumentou 14,05 por cento.

Os compromissos da administração central do Estado voltam a ser os que mais pesam – representam 58,3 por cento do PIB – depois de aumentar 4,4 por cento e atingir 617,5 bilhões de euros.

As obrigações das 17 regiões autônomas aumentaram 2,85 por cento, chegando a 150,5 bilhões de euros (14,2 por cento do PIB), também a cifra mais alta desde o início da estatística, informou o banco central.

Por seu turno, as municipalidades diminuíram seu endividamento entre abril e junho do atual exercício, até 36,3 bilhões, o que representa 3,4 por cento do PIB.

A região autônoma mais endividada, tanto em termos absolutos como relativos, é a Catalunha, já que deve 43,9 bilhões de euros, ou 22 por cento de seu Produto Interno Bruto.

O governo conservador de Mariano Rajoy prevê finalizar 2012 com uma dívida pública próxima a 79,8 por cento do PIB.

Esta previsão, contudo, não inclui o multimilionário resgate de seu deteriorado setor bancário, de até 100 bilhões de euros, concedido em junho último pela União Europeia (UE).

Com os dados do segundo trimestre, o volume da dívida da Espanha – quase o único indicador em que o país ibérico está melhor que o resto de seus parceiros europeus – ultrapassa em 15,9 pontos o teto estabelecido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE, fixado em 60 por cento.

Prensa Latina