Hezbolá convoca protestos contra filme antimuçulmano

O líder do movimento libanês Hezbolá, Hassan Nasrallah, convocou os muçulmanos a protestarem contra o filme "A Inocência dos Muçulmanos", que satiriza o profeta Maomé e a religião islâmica, com manifestações a partir desta segunda-feira (17). Em vídeo divulgado pela emissora de televisão Al Manar, o líder pediu que os manifestantes não ataquem as embaixadas e os consulados estrangeiros.

"O mundo precisa saber que o profeta [Maomé] tem seguidores que não ficam em silêncio perante a humilhação", disse Nasrallah. No vídeo, o líder afirmou que o conteúdo do filme é o pior ataque sofrido pelo Islã. "É o pior ataque contra o Islã desde os Versos Satânicos, [o livro] de Salman Rushdie, a queima do Alcorão no Afeganistão e a publicação de caricaturas [sobre Maomé] na imprensa europeia", ressaltou.

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Segundo o líder, até o próximo domingo (23), serão organizados protestos em diferentes áreas do Líbano nas quais há maioria xiita, como Beirute, Tiro, Baalbek, Bint Jbeil e Hermel. De acordo com ele, é necessário adotar um acordo internacional para que todos os países proíbam ataques contra qualquer religião.

No vídeo, Nasrallah disse que os muçulmanos não devem atacar embaixadas estrangeiras, mas defendeu a punição ao filme, produzido nos Estados Unidos. Há uma semana, uma onda de protestos contra o filme tomou países da Ásia, da África e do Oriente Médio. Em Benghazi, no Leste da Líbia, as manifestações terminaram com a morte de Chris Setevens, embaixador dos Estados Unidos, e de três funcionários do consulado norte-americano.

Papa

As declarações do líder do Hezbolá surgiram horas depois de o papa Bento XVI ter apelado para a paz, pelo "silêncio das armas" e a reconciliação na região do Médio Oriente, no final de uma visita de três dias ao Líbano.

O Papa conseguiu, por algumas horas, reunir as 18 religiões oficiais do país e todas as tendências políticas. Ao todo, 350 mil pessoas assistiram à missa campal. Nawaf Al Moussawi participou representando o Hezbolá. O Papa se despediu do Líbano pedindo à comunidade internacional que ajude os países árabes e que respeite a dignidade, o direito e a religião deles.

Com agências