México e EUA se reúnem para avaliar Iniciativa Mérida

México e Estados Unidos se reúnem nesta terça-feira (18) em Washington, para avaliar o curso da cooperação em matéria de segurança e contra o crime organizado, conhecida como Iniciativa Mérida. O grupo será comandado pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Hilary Clinton e a chanceler mexicana, Patrícia Espinosa.

Iniciativa Mérida - Secretaria de Estado dos EUA

De acordo com o Departamento de Estado "a Iniciativa Mérida está baseada na confiança mútua, responsabilidade compartilhada, respeito à soberania e reconhecimento de que nossos interesses comuns exigem uma firme cooperação e um compromisso a largo prazo para enfrentar os desafios que representa o crime organizado".

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Ativistas dos direitos humanos mexicanos e latinos denunciam que, tal como o Plano Colômbia, criado com o mesmo fim, “tal acordo de cooperação serve de cobertura para a intromissão de Washington nas questões militares, policiais e de inteligência e que significou um vacilo inadmissível na soberania nacional por parte do governo mexicano”, como definiu um editorial do La Jornada em 2011.

Em recente entrevista à Prensa Latina, o poeta Javier Sicília, líder do Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, criticou esta iniciativa a qual, disse, tem uma lógica equivocada porque não se pode combater a droga por meio da violência. "Focalizar o fenômeno de maneira bélica é gravíssimo", enfatizou.

Ressaltou que o assunto das drogas “não é um tema de segurança nacional, mas de saúde, portanto o dinheiro que o governo federal utiliza, procedente de Washington, para esta luta antinarcóticos está levando a nação ao desastre”.

“Precisaríamos de dinheiro estadunidense para reconstruir o tecido social, refazer as instituições que estão muito corrompidas na América Latina, no México particularmente. Precisamos dele para construir a paz e não a guerra”, avaliou.

“De forma paradoxal, a indústria das armas, que sim é um assunto de segurança nacional” — argumentou Sicília —, “permite que nos Estados Unidos (o maior consumidor de entorpecentes do mundo) sejam vendidas armas ilegais de extermínio aos traficantes mexicanos”.

Da Redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina