Zuma defende intervenção policial em zona de conflito mineiro
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, defendeu nesta segunda (17) uma intervenção policial para "estabilizar a situação" em Marikana, no Noroeste do país, onde, no mês passado, 34 mineiros morreram justamente durante um confronto policial.
Publicado 18/09/2012 11:51
Os embates foram considerados os mais violentos do país desde o fim do apartheid (regime de segregação racial), em 1994. O presidente mencionou ainda os eventuais danos econômicos provocados pelas greves.
Ao discursar na abertura do congresso da maior central sindical do país, a Cosatu, Zuma criticou os que condenaram as operações policiais nas áreas em que houve o confronto. Segundo o presidente, aqueles que compararam o episódio ao período do apartheid foram “irresponsáveis e oportunistas”.
"Eles sabem que o que dizem não é verdade. Eles utilizam uma tragédia para marcar pontos políticos em vez de colocar os interesses dos trabalhadores e do país em primeiro lugar", disse Zuma, em discurso a delegados e dirigentes sindicais em Midrand, no Norte do país.
O chefe do Estado defendeu que as operações policiais em curso na zona do noroeste, onde várias minas foram encerradas por greves ilegais, não se destinam a retirar direitos cívicos dos mineiros e residentes, mas a impedir violência e incitamentos à violência.
"Esta presença policial não retira o direito ao protesto de mineiros e residentes, desde que o façam de forma pacífica e desarmados, tal como o preveem as leis do país. As agências (da lei e da ordem) foram instruídas para serem firmes mas para respeitarem os direitos dos residentes e grevistas", disse Zuma.
Ele acrescentou que as empresas de mineração têm a obrigação de ser mais atuantes na busca por melhores condições salariais.
Com Lusa