Religioso recomenda paciência ante insultos a Maomé

O grande xeque da Universidade de Al Azhar, a mais famosa de estudos islâmicos, disse que o Ocidente tem sido desrespeitoso com o Islã e pediu paciência ante as provocações, em entrevista divulgada nesta quinta, no Cairo.

"Eles escolheram o caminho do conflito em vez do entendimento", em busca de desestabilizar as relações do Egito com seus vizinhos, disse o xeque Ahmed al Tayyeb, citando como exemplos o livro "Os Versos Satânicos", do escritor indiano Salman Rushdie, as caricaturas em um jornal dinamarquês e, agora, o filme contra o profeta Maomé.

As formulações do religioso islâmico se seguem à difusão, nesta quarta-feira, em uma revista francesa, de caricaturas denegrindo a representação de Maomé. A fé muçulmana proíbe a representação de pessoas sagradas ou a adoração de imagens e veda as ofensas a outras religiões.

Al Tayyeb recordou que os muçulmanos protegeram os cristãos orientais (ortodoxos) contra as perseguições do Oeste, um fato que é admitido pelos coptas, uma seita cuja maioria dos membros residem no Egito, onde representam cerca de 10 por cento da população.

Ele qualificou como odiosas as pessoas que incentivam tais disputas, que "trabalham para destruir os países árabes e permitir que a entidade sionista atue como bem entender no mundo árabe e muçulmano no Oriente Médio."

Ele ressaltou que o Profeta Maomé é um modelo de conduta para 500 milhões de muçulmanos em todo o mundo e que "qualquer insulto contra ele vai ser levado a sério". No entanto, ele lembrou que um dos valores do Islã é "responder semelhantes bobagens com paciência."

Fonte: Prensa Latina