Camponeses: algodão foi contaminado por transgênicos no Paraguai

Produtores camponeses no Paraguai denunciam que o avanço das sementes de algodão transgênicas no país já contaminou as variedades nativas.

Algodão

Em um comunicado divulgado na semana passada, os produtores expressaram preocupação porque sequer existe uma segurança com relação aos efeitos do transgênico na saúde e no meio ambiente: “é um assunto que mantém até mesmo a comunidade internacional dividida”, lembraram a Câmara Paraguaia de Produção Orgânica (CPROA) e a Associação Paraguaia Orgânica, nas pessoas de Margarita Duarte e Elva López que assinaram o documento.

O movimento produtivo e comercial de alimentos orgânicos é cada vez maior no país e deixa importantes recursos para a agricultura familiar e agricultores envolvidos na cadeia de produção. Em 2011, o comércio do setor alcançou 99 milhões de dólares, com uma ampla redistribuição social pela intensiva mão de obra que ocupa, ressaltaram no texto.

O golpe

Durante o governo do ex-presidente Fernando Lugo, deposto após um golpe parlamentar no dia 22 de junho, a Senave (Serviço Nacional de Qualidade Vegetal e de Sementes) tentou impedir a liberação das sementes transgênicas de algodão, embora o plantio de soja transgênica já fosse autorizado.

De acordo com a socióloga, professora universitária e pesquisadora do Base Investigaciones Sociales, Marielle Palau, em entrevista ao Vermelho, declarou que “quase 30% do território cultivável do Paraguai são de soja transgênica e há muito interesse das grandes corporações em avançar com os transgênicos”.

No final de agosto, camponeses e indígenas paraguaios participaram de um protesto contra a autorização oficial da importação de sementes transgênicas para semear o algodão impulsionada pelas negociações com a multinacional estadunidense Monsanto.

“Transgênicos são iguais a morte”, dizia um dos cartazes expressando assim o critério dos camponeses sobre o dano para as pessoas, o meio ambiente e a terra pelo cultivo dos transgênicos, que são acompanhados de agrotóxicos muito agressivos, também comercializados pela Monsanto.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva