Ilhas Diaoyu: China está indignada com posição japonesa

A China expressou nesta quinta-feira (27) sua indignação com as declarações do primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, nas Nações Unidas sobre o suposto pertencimento das ilhas Diaoyu ao território japonês.

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Ao mesmo tempo, Pequim exigiu que Tóquio cesse de imediato todas as ações que violam a integridade territorial e a soberania da China.

Em uma declaração por escrito entregue à imprensa em Pequim, o porta-voz da chancelaria Qin Gang expressou que " a China está fortemente desgostada e se opõe de maneira firme à obstinação do líder japonês em sua posição equivocada no assunto das ilhas Diaoyu".

A reação do governo chinês ocorre um dia depois que Noda afirmou à imprensa, na sede da ONU em Nova York, que as ilhas Diaoyu são parte integral do território japonês.

Segundo registros históricos divulgados pelas autoridades em Pequim, o Japão se apoderou do arquipélago Diaoyu e outras pequenas ilhas adjacentes ao assumir o controle de Taiwan sob amparo do Tratado de Shimonoseki.

A assinatura desse Tratado foi imposta pelas forças japonesas aos governantes chineses derrotados na guerra de 1895.

"A China tem suficientes evidências históricas e bases legais para demonstrar que as ilhas Diaoyu eram parte inseparável do território chinês desde a antiguidade", afirmou o porta-voz em sua declaração distribuída à imprensa.

Depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a ilha de Taiwan e outros territórios ocupados foram devolvidos à soberania chinesa conforme as leis internacionais.

Mas em 1971, em plena época da Guerra Fria, os Estados Unidos incluíram o arquipélago Diaoyu no Tratado de Reversão de Okinawa ao Japão e na área compreendida no Tratado de Defesa Mútua entre esses dois países, um arranjo unilateral que a China adverte que jamais reconhecerá.

A declaração do porta-voz oficial destaca que o governo chinês manifestou desde o princípio sua resoluta oposição a esses acordos dos Estados Unidos e do Japão referentes às ilhas Diaoyu.

A posição assumida pelo Japão e suas ações no tema do arquipélago Diaoyu "pisoteiam gravemente os princípios da Carta da ONU", declarou o porta-voz chinês.

Analistas políticos chineses interpretaram estes passos do governo em Tóquio como evidências de um alarmante ressurgimento do militarismo japonês e suas pretensões de voltar à posição desse país antes de ser derrotado na Segunda Guerra Mundial.

Esta conduta do Japão representa "um perigoso desafio à ordem internacional do pós-guerra", que requer da comunidade internacional um alto grau de vigilância, acrescentou o porta-voz oficial da China.

Prensa Latina