Paraguai: prisão de líder camponês revive pretexto para o golpe

A prisão do dirigente camponês paraguaio Rubén Villalba reviveu a investigação inconclusa de um fato utilizado por forças políticas para facilitar a destituição do presidente constitucional Fernando Lugo.

Ruben Villalba

Villalba é acusado de dirigir uma reação armada contra o despejo à força de terrenos de um latifúndio que foram ocupados por camponeses sem terra na localidade de Curuguaty em junho passado, deixando um saldo de 11 lavradores e seis polícias mortos.

Ele escondeu-se durante os meses seguintes, sendo procurado intensamente pela polícia sem resultado porque, de acordo com a declaração feita a um canal de televisão pelo policial que dirigiu a operação de captura, foi ajudado por pessoas humildes da zona.

A principal acusação contra Villalba, que foi enviado por um juiz à penitenciária de Tacumbé, em Assu ção, é de ter treinado os camponeses ocupantes do prédio no uso de armas e de ter efetuado os primeiros disparos que levaram a morte de um dos chefes da polícia.

Villalba nega essas acusações e disse que não estava armado no dia do conflito. As primeiras declarações, de outros camponeses detidos apkós o conflito, contram que a primeira vítima naquele dia foi o líder agrário Abelino Espínola, enquanto conversava com a polícia. Isso provocou o confronto, gerado por agentes que tinham interesse na generalização do conflito, com as trágicas consequências registradas, e que foi o pretexto para o golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo, em junho passado.

Com informações da Prensa Latina