Haddad diz que vai buscar apoio dos partidos da base

Agradecendo as votos conquistados na eleição deste domingo e que o levaram ao segundo turno, o candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na noite de ontem (7) que pretende buscar o apoio de todos os partidos da base do governo federal para a disputa final com o adversário do PSDB. 

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Haddad destacou ter recebido telefonemas da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E lembrou a trajetória vitoriosa da sua candidatura."Foi uma jornada difícil. Saímos dos 3% para chegar a quase 29%".

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Ladeado pela sua vice, Nádia Campeão (PCdoB), e pela esposa Ana Estela, ele afirmou que havia telefonado para alguns candidatos derrotados, mas disse que ainda não tratou de alianças. "Amanhã teremos uma reunião da coordenação da campanha para definir a nossa aproximação desses partidos. Vamos respeitar o tempo deles para tomar a decisão de nos apoiar", disse.

“Sem nenhum veto ou restrição de nenhuma natureza, entendemos que, se os partidos apoiam o projeto nacional e se nós queremos que esse projeto nacional tenha expressão forte em São Paulo, é natural que, respeitando o tempo de cada partido ou candidato, busquemos o apoio deles”, disse o candidato, em um hotel localizado na zona oeste da capital, na região da Avenida Paulista.

De acordo com o Portal Terra, o presidente nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer, infomou a líderes da campanha de Haddad que o candidato derrotado Gabriel Chalita apoiará o petista no segundo turno. Chalita, contudo, disse que não decidirá nada no momento, antes de reunir o partido para discutir a questão.

Na entrevista coletiva de ontem à noite, Haddad citou os telefonemas que recebeu de Dilma e Lula com emoção. “São pessoas que promoveram a minha candidatura e nos ajudaram a consolidar uma plataforma para a cidade de São Paulo“, disse, com a voz rouca.

Haddad elevou a disputa para o nível nacional declarando que o projeto nacional depende do resultado em São Paulo. "São Paulo é uma grande metrópole muito importante não pela cidade em si, mas para o projeto nacional que depende do nosso desempenho aqui", afirmou.

O candidato começou a discursar por volta das 20h40 e falou por cerca de 30 minutos, respondendo a perguntas dos jornalistas e fazendo agradecimentos ao “eleitor de São Paulo pela confiança depositada no nosso projeto”, à militância, aos adversários e à imprensa. 

O postulante esteve acompanhado no evento ainda pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde), Marta Suplicy (Cultura), Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Cardozo (Justiça), além do senador Eduardo Suplicy e da família.

Haddad irá disputar o segundo turno com o candidato tucano José Serra. Sobre o adversário, falou: “É o [candidato ]que o povo escolheu e temos que respeitar. Vamos acatar, respeitar, e fazer o debate. Existe um candidato da situação e um da mudança. Se trata de propor ou não uma mudança do que ocorre na cidade hoje. Fomos a única candidatura que apresentou plano de governo com começo, meio e fim", falou. 

Já a ministra Marta Suplicy afirmou minutos antes da coletiva de Haddad que ter Serra como adversário era "mais saboroso", e o ministro José Eduardo Cardozo afirmou que esse "era o embate que todo petista desejava".

Agora, o candidato disse esperar um segundo turno propositivo e respeitoso.Segundo ele, não deve haver grandes mudanças na estratégia de campanha. "Não haverá grandes guinadas. Nosso plano de governo continuará a ser nossa grande vitrine, nosso cartão de apresentação. Vamos enfatizar as ideias que vão mudar a vida do paulistano para melhor”.

Haddad nasceu em São Paulo e tem 49 anos. Formado em direito, começou sua trajetória política no movimento estudantil. Foi ministro da Educação nos governos Lula e Dilma.

Com agências