Presidente egípcio reconhece persistência de graves problemas

O presidente egípcio, Mohamed Morsi, realizou uma prestação de contas pública de seus 100 dias de admnistração, durante a qual admitiu que persistem graves problemas que prometeu enfrentar.

O presidente assegurou durante sua campanha que encararia a escassez de pão – que não pode faltar nas mesas egípcias -, introduziria uma verdadeira ordem no caótico tráfego, enfrentaria a penúria de combustíveis e melhoraria a previdência pública e a segurança cidadã.

Segundo as contas do presidente, ele cumpriu 70 por cento desses compromissos e, além disso, enfrentou escândalos de corrupção, entre os quais citou a destituição de dois funcionários da alto escalão do Ministério de Petróleo acusados de contrabando de combustíveis.

Um tratado de venda de gás a Israel que data do governo anterior e que se realizava a preços inferiores aos de mercado está sujeito à revisão, recordou.

Explicou que o atual nível de inflação egípcio é o mais baixo nos últimos 10 anos e assegurou que não pagará juros por um empréstimo solicitado ao Fundo Monetário Internacional para equilibrar o orçamento nacional, deficitário em 130 bilhão de libras (cerca de 19 bilhões de dólares).

Como exemplos de melhora econômica citou o aumento em setembro passado de 11 porcento no número de turistas estrangeiros em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando este país estava submergido na efervescência política após a renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak, agora preso.

No capítulo da segurança cidadã mencionou a detenção de "75 porcento dos elementos procurados (por delitos) no Sinaí" e a imposição de um 1,5 milhõeres de notificações por infrações de trânsito durante os últimos 100 dias.

O tráfego nesta capital é um dos mais caóticos do mundo, complicado pela quantidade de veículos de todo tipo em circulação, a desobediência das leis do trânsito, a pobre semaforização e uma infraestrutura insuficiente.

Desde meados de agosto passado tropas egípcias desenvolvem uma vasta operação de busca e captura na Península do Sinaí (nordeste) de desconhecidos armados que atacaram um posto policial a princípios desse mês e mataram 16 militares e feriram mais de uma dezena.

O presidente especificou que "qualquer ataque aos coptos é um ataque contra mim", em referência a ameaças de morte contra membros dessa igreja cristã residentes no Sinaí e outras cidades.

No sábado (6), Morsi viajou à península e se reuniu com representantes dessa religião na cidade de Arich, a quem assegurou o apoio oficial.

Também, esclareceu que "continuo vivendo em um apartamento alugado (…) não recebo atribuições especiais para as viagens ao exterior nem tenho ganhos ilegais", em resposta a alegações sobre o tema em meios locais.

Fonte: Prensa Latina