Chávez: Novo período será de mais conquistas rumo ao socialismo

O presidente da República da Venezuela, Hugo Chávez, manifestou nesta quarta-feira (10) que o período de governo 2013-2019 deve ser um ciclo de melhores conquistas no caminho da transição ao socialismo na Venezuela.

“Deve ser [um período] de maior avanço, de maiores conquistas, de maior eficiência nessa transição do capitalismo, do neoliberalismo, ao socialismo que é a democracia."

Depois de ser proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como presidente eleito, o chefe de Estado disse que já estuda novos e diversos mecanismos para incrementar a eficiência do governo nacional nos próximos seis anos.

"Sempre visualizamos nosso projeto como histórico, quer dizer, de longo fôlego. Nunca tivemos aqui uma visão imediatista", manifestou.

Durante o ato, o presidente Chávez designou Nicolás Maduro como novo vice-presidente da República.

Até agora ministro das Relações Relações Exteriores, Maduro substitui na vice-presidência executiva Elias Jaua, que será candidato ao governo do estado de Miranda nas próximas eleições regionais de 16 de dezembro.

Por sua parte, a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, destacou a participação do povo venezuelano nas eleições presidenciais do último domingo.

"A sociedade que estamos consolidando deve permitir que os conflitos sejam assumidos com respeito mútuo. Reconheçamos também nossas diferenças de classes, raciais, étnicas, religiosas e de gênero, sem cair no erro de negá-las, e menos ainda negar a existência dos que a encarnam com a própria face", expressou.

De acordo com os dados da ata eleitoral, lidos por Lucena, o chefe de Estado obteve um total de 8.136.637 votos e ratifica seu mandato para o período 2013-2019.

Socialismo

Hugo Chávez destacou que nas eleições presidenciais de 7 de outubro, mais de 8 milhões de venezuelanos ratificaram seu apoio ao socialismo, apesar dos intentos da direita de ressaltar e superdimensionar as necessidades, as falhas e as reclamações dos venezuelanos em sua campanha eleitoral.

"Mais de 8 milhões de consciências disseram (à direita): 'Não, não acreditamos em vocês. Acreditamos no socialismo'", afirmou o presidente.

Chávez disse que o desafio que as eleições presidenciais representavam foi enfrentado e derrotado, ao conquistar-se a vitória popular no último domingo (7), com 55,26 % dos votos. "Mais uma vez enfrentamos e vencemos o desafio do 7 de outubro", acrescentou, enquanto sublinhou que a tarefa agora é acelerar as respostas eficientes aos problemas dos cidadãos.

"Somos obrigados como governo e como Estado a acelerar as respostas eficientes e a solução aos milhares e milhares de problemas que ainda perduram entre o povo venezuelano. Somos obrigados a ser mais eficientes, precisamente para continuar, cada dia com maior contundência, enfrentando e vencendo o grande desafio e o peso do tempo histórico", afirmou.

Igualmente, Chávez disse que o rumo que existe na Venezuela é a salvação da pátria e do povo, enfocada na construção do socialismo bolivariano do século 21.

Novos projetos

Chávez disse que diferentemente do pacote neoliberal da direita, no segundo Plano Socialista da Nação estão descritos os projetos a empreender nos próximos seis anos para continuar beneficiando o povo.

"Com nossa presidência acaba aquilo de os candidatos prometerem tudo e depois se esquerecerem. Nós, não, registramos cada promessa, cada ideia, cada resposta como parte dos nossos compromissos", enfatizou.

O líder bolivariano recordou que entre os futuros projetos se encontram criar seis distritos que se transformem em motores de desenvolvimento no estado de Anzoátegui: dois distritos petrolíferos-industriais no sul do estado, dois agroindustriais, no norte, e mais dois dedicados à pesca e ao turismo na costa norte desse estado.

Igualmente no estado de Lara serão criados distritos voltados para o desenvolvimento, específicamente no Vale de Quíbor, em Yacambu, na zona industrial urbana de Barquisimeto, e outro na zona pecuária de Sarare y Carora.

Daí se partirá para, por exemplo, "criar um fundo estratégico, cujo objetivo seja apoiar com créditos e tecnologias empresas venezuelanas que tenhan perfil exportador no marco do Mercado Comum do Sul (Mercosul)", detalhou o presidente.

Missão Mercosul

O chefe de Estado indicou que nos próximos dias será lançada a Missão do Mercado Comum do Sul (Mercosul), para impulsionar a Venezuela como potência dentro da região sul-americana.

Esta missão tem por finalidade impulsionar eixos de desenvolvimento ao longo do país, para criar as condições que permitam à Venezuela estar à altura dos desafios que sua presença no bloco implica. A Venezuela ingressou no Mercosul em finais de julho último.

"Há um projeto muito importante para converter o povoado de La Ceiba, no estado de Trujillo e no Lago de Maracaibo, em um porto internacional. Além disso, deve-se começar de imediato a elaborar o projeto ferroviário que deve ligar o rio Orinoco ao Mar do Caribe", explicou.

Igualmente, assinalou que essa ferrovia deve passar pelo porto de águas profundas em Araya, no estado de Sucre, e deve seguir até mais abaixo de Santa Elena de Uairén, no estado de Bolívar, "e depois, mais cedo do que se imagina, essa ferrovia chegará a Manaus, para ligar o Rio Amazonas ao Rio Orinoco", agregou.

Estes portos e a grande ferrovia permitirão que a Venezuela exporte produtos para os países que participam do Mercosul.

Chávez destacou que esses projetos serão de grande envergadura, com a finalidade de converter a Venezuela em uma grande potência mundial.

"O desafio é que a teoria se transforme em realidade, se apodere das massas e do povo. É o Mercosul rumo ao Caribe e a Venezuela rumo ao Amazonas, ao Rio da Prata. É a potência latino-americana, esse é o projeto histórico", acrescentou.

Micromissões

O mandatario anunciou que brevemente serão lançadas as micromissões para favorecer ainda mais os venezuelanos mais necessitados.

"Estamos elaborando ideias, revisando notas, os objetivos específicos e fundamentais das micromissões, já que serão muitas. Estas serão aplicadas em povoados, em regiões, nas fábricas, nas escolas e nos diversos espaços que sejam necessários", explicou Chávez. Acrescentou que estas missões serão baseadas no Poder Popular e no povo organizado.

Este projeto é um dos elementos centrais da nova dinâmica que o governo nacional aplicará para obter maior eficiência nas áreas política, econômica e social.

"Deve-se continuar dando mais poder ao povo, esta é a solução. Não é o poder das burocracias e das elites que vai solucionar os problemas do povo", asseverou.

Chávez assegurou que o governo cumprirá a fundo as linhas da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, para assim consolidar e continuar a construção do socialismo do século 21.

Agência Bolivariana de Notícias