Colômbia: organizações sociais realizam marcha pela paz

Milhares de colombianos participaram nesta sexta-feira (12) da Marcha Nacional dos Indignados, convocada por mais de 100 organizações sindicais e populares, para reivindicar a inclusão da sociedade civil nos diálogos de paz entre o governo e a guerrilha. Seu percurso foi concluído na praça Bolívar, onde os manifestantes fizeram uma grande concentração.

A jornada faz parte da Semana dos Indignados, iniciada na última segunda-feira (8) com a participação de diversos setores sociais, que culminará nesta sexta-feira com uma mobilização simultânea em 25 dos 32 departamentos do país.

A proposta – feita pelo Movimento Marcha Patriótica – foi acolhida imediatamente por 116 organizações sociais e pode levar inclusive a uma greve geral, se "observamos que o Governo esta resistindo às nossas reivindicações", manifestou o jornalista e diretor do jornal Voz, Carlos Lozano.

Ele acrescentou que caso a comunidade não seja ouvida, deve haver uma forma superior de protesto, incluindo a possibilidade de uma greve nacional, com certeza uma paralisação não violenta. A Constituição permite o direito à greve e à mobilização, e o usaremos, assegurou.

A marcha, reformou o jornalista, é para exigir que nos escutem. Os diálogos ocorrerão em Havana e ali não poderemos estar. Mas deve haver um mecanismo de participação e uma garantia de acolhimento dessas petições.

Até agora, "o Governo se negou a permitir que essas organizações sociais e populares tenham expressão na mesa, onde, por outro lado, estarão representantes do mundo dos negócios", incorporados pelo Executivo, disse Lozano.

A marcha é a maneira de dizermos à mesa de diálogo: aqui está a sociedade civil, sublinhou.

Por sua vez, as alianças camponesas de diversas regiões do país expressaram sua decisão de aderirem a essa jornada em respaldo a uma saída política do conflito armado que perdura há quase meio século, de profunda repercussão nas comunidades agrárias e indígenas.

Fonte: Prensa Latina