ONU e Liga Árabe insistem em trégua na Síria

Representantes das Nações Unidas e da Liga Árabe instaram nesta sexta-feira a "todas as partes envolvidas" no conflito instalado na Síria a uma trégua durante a celebração muçulmana do Eid Al-Adha (Festa do Sacrifício).

Os secretários-gerais da ONU, Ban Ki-moon, e da Liga Árabe, Nabil el Arabi, disseram que essa trégua no conflito implicaria no "fim de toda a violência em todas as suas formas".

Em um comunicado distribuído na sede da ONU em Nova York, os dois dirigentes também convocaram "todos os atores regionais e internacionais" a apoiar a iniciativa de uma trégua com motivo do período religioso.

A proposta de uma interrupção dos conflitos armados no país árabe foi lançada na semana passada pelo emissário conjunto da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, chegou nesta sexta-feira a Damasco para conversar com as autoridades do governo sírio.

Ban Ki-moon e El Arabi indicaram que a suspensão dos conflitos permitirá que o povo sírio observe as jornadas do Eid Al Adha "em paz e segurança".

Ainda assim, afirmaram que essa calma deve ser mantida e "poderia criar o espaço necessário para um processo político pacífico, rumo às aspirações de democracia, igualdade e justiça da população síria".

O comunicado conjunto conclama a todos, "em particular ao governo da República Árabe Síria", a demonstrar sabedoria para "deter a morte e a destruição, para que todas as questões, inclusive as mais complexas, possam ser resolvidas por meios pacíficos".

Brahimi chega à Síria

Brahimi, enviado especial da ONU para a Síria, chegou nesta sexta. Em sua chegada ao aeroporto internacional da Damasco, onde foi recebido pelo vice-chanceler sírio, Faissal Meqdad, o ex-diplomata argelino assinalou que analisará a situação geral na Síria com o governo, os partidos políticos e a sociedade civil.

Em declarações a meios de comunicação, Brahimi afirmou que abordará a possibilidade de reduzir a violência e sua suspensão de forma completa durante as festas do Eid Al-Adha.

Durante sua missão, o enviado da ONU conversou com altas autoridades da Arábia Saudita, do Iraque, da Turquia, do Líbano, do Egito e, depois de uma parada na Jordânia, chegou a Damasco.

O cessar-fogo é uma proposta adiantada por Brahimi recentemente e que as autoridades locais disseram que considerariam, embora ainda não haja um pronunciamento oficial a respeito pelo governo.

A presença de um grande número de elementos armados de procedência estrageira que participam na crise na Síria faz com que se torne mais difícil qualquer acordo, inclusive um fim das hostilidades no final do mês, quando se celebra a festividade muçulmana do Al-Adha.

Recentemente, fontes diplomáticas europeias, baseando-se na informação dos serviços de inteligência franceses, informaram que há cerca de 30 mil homens armados estrangeiros na Síria, cerca de 3 mil deles pertencem à rede Al-Qaida. Há também outras fontes que dão números ainda maiores que os citados.

A Síria sofre há 19 meses uma agressão promovida pelo ocidente, que dá apoio financeiro, armado e de inteligência aos mercenários e bandos armados.

Fonte: Prensa Latina