Amamentação fortalece vínculo entre mãe e filho

Pesquisa revela parte do perfil das mulheres que amamentam no Distrito Federal, a importância que elas dão para o aleitamento materno e como os bancos de leite contribuem para o aprendizado e para o estímulo à doação.

Amamentação fortalece vínculo entre mãe e filho

A Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF) realizou, em agosto deste ano, por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres, a pesquisa "Aleitamento materno – mulheres, amamentação e bancos de leite. Uma relação de saúde, afeto e aprendizagem”, cujo objetivo era compreender a relação das mulheres do DF com a amamentação e os bancos de leite. Ao todo, foram ouvidas 90 mulheres – que participavam do evento realizado em celebração à 20ª Semana Mundial de Aleitamento Materno, no Parque da Cidade.

Ao mensurar os dados, a SEM-DF constatou que 90% das entrevistadas disseram ter amamentado todos os seus filhos e a maioria (49%) disse que o fez porque o aleitamento promove a saúde do bebê e cria um vínculo afetivo da mãe com o filho (42%). O perfil das mulheres entrevistadas pode ser resumido da seguinte forma: idade entre 28 e 39 anos (40%); de cor branca (52%); ensino médio completo (38%); servidoras públicas (43%); e com apenas um filho (36%).

Olgamir Amancia, secretária de Estado da Mulher, avalia que o resultado da pesquisa reforça a importância que as mulheres dão para o aleitamento como forma de garantir um laço de afetividade com os filhos. "Para as mães, amamentar, além de ser um ato de amor, é um ato de saúde. Com o leite materno a criança recebe o alimento na temperatura ideal e com todos os nutrientes que ela necessita", considera a secretária.

Mesmo atentas à importância do aleitamento materno, 44% das mulheres alegaram dificuldades na hora amamentar e os motivos expostos estavam relacionados, principalmente, à saúde da mãe, como problemas relacionados ao bico do seio (35%); falta de experiência em segurar o bebê corretamente (26%); e cirurgia plástica (9%). "Mesmo com os problemas enfrentados durante o início da lactação, 83% das mulheres ouvidas alimentaram seus filhos apenas com leite materno por mais de seis meses", observa a secretária da Mulher, Olgamir Amancia.

O estudo revela fatores importantes que ajudariam as mulheres a prolongarem o tempo de aleitamento, como aumento do período da licença-maternidade, creches e berçários, bem como espaço físico adequado para coletar e armazenar leite no local de trabalho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. A partir dos seis meses recomenda-se a introdução dos alimentos sólidos e líquidos de forma gradativa, oferecidos em conjunto com a amamentação até os dois anos de idade.

Em relação à experiência com os bancos de leite, 29,4% das mulheres relacionaram seu contentamento no uso deste serviço com a satisfação que, para elas, representa o ato de doar leite, ajudar outras crianças e estimular outras mães a fazerem o mesmo. "A avaliação que as mulheres fizeram do serviço, mostrou que 72% consideram a experiência como excelente, não tendo sido identificada nenhuma reclamação. Este resultado mostra que o vínculo da mãe com o filho ultrapassa a linha sanguínea, tendo em vista que 65% afirmaram ter usado este serviço do Governo do Distrito Federal para doação", aponta Olgamir Amancia.

Além disso, algumas mães procuram os bancos em busca de leite e saem amamentando. "As mães de primeira viagem, notadamente, apresentam algumas dificuldades que impedem a amamentação. Mas, ao buscarem informações ou até mesmo recebê-las sem terem ido ao encontro delas, percebem que podem oferecer mais qualidade de vida a elas e aos filhos de uma maneira muito simples e totalmente gratuita", conclui a secretária.

Fatores que contribuíram para a amamentação – O resultado da pesquisa mostrou que a saúde do bebê é o principal motivo (65%) que leva a mulher a amamentar. Em seguida, vem a propaganda do governo, com 9%; mulheres da família, com 8%; médico – 6%; parentes próximos e esposo com 3% cada. Segundo Olgamir Amancia, com estes números, nota-se que as mulheres não pensam nos benefícios da lactação para elas mesmas. "Isso se dá porque, historicamente, a mulher não foi ensinada a cuidar de si mesma, mas sim a cuidar dos outros e isso começa desde a mais tenra idade e se estende por toda a vida", revela.

Ainda de acordo com a secretária da Mulher, cabe ao Estado contribuir para que as mulheres também deem atenção à sua própria saúde. "É por isso que durante o mês de Outubro reforçamos a mobilização pela prevenção do câncer de mama, colorindo a cidade de rosa e intensificando as ações na rede de atenção à saúde da mulher. E muitas não sabem que uma das formas de prevenir a doença é por meio do aleitamento”, acredita a secretária. Um estudo de 2008, conduzido por pesquisadores da World Cancer Research Fund, uma organização de pesquisa sobre a doença, por exemplo, revisou quatro estudos sobre amamentação e concluiu que amamentar por pelo menos um ano reduz os riscos de desenvolver esse tipo de câncer em 4,8%.

A amamentação exclusiva até os seis meses de idade do bebê por livre demanda traz benefícios para a mãe, pois ajuda o útero a recuperar o tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragia pós-parto, reduz o risco de câncer de mama pré-menopáusico e de ovário.

O câncer de mama

O câncer de mama é o tumor maligno mais comum em mulheres e o que mais leva as brasileiras à morte, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo a Estimativa sobre Incidência de Câncer no Brasil, 2010-2011, produzida pelo Inca, o Brasil terá 500 mil novos casos de câncer por ano. Desses, 49.240 mil serão tumores de mama.

Apenas neste ano, mais de 52 mil mulheres no Brasil inteiro já descobriram ou ainda irão descobrir que têm câncer de mama. No Distrito Federal, a estimativa é de 880 mulheres nessa situação, de acordo com informações da Gerência de Câncer da Secretaria de Saúde do DF.

Quando diagnosticado e tratado ainda em fase inicial, isto é, quando o nódulo é menor que um centímetro, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%. Tumores desse tamanho são pequenos demais para ser detectados por palpação, mas são visíveis na mamografia. Por isso é fundamental que toda mulher faça um exame por ano a partir dos 40 anos.

Bancos de Leite e Postos de Coleta do DF:

Hospital das Forças Armadas (HFA) – 3966.2250

Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) – 3325.4207

Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) – 3445.7597

Hospital Regional de Brazlândia (HRB) – 3479.9643

Hospital Regional de Ceilândia (HRC) – 3372.9652

Hospital Regional do Gama (HRG) – 3384.0337

Hospital Regional de Planaltina (HRPl) – 3388.9794

Hospital Regional do Paranoá (HRPA) – 3369.9980

Hospital Regional de Sobradinho (HRS) – 3387.3993

Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) – 3392.6287

Hospital Regional de Taguatinga (HRT) – 3352.6900

Hospital Universitário de Brasília (HUB) – 3448.5391

Posto de Coleta São Sebastião – 3339.1125

Posto de Coleta HRSAM (Samambaia) – 3458.9811

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal

Carol Sales | Thiago Gomide de Andrade